Estava relendo um texto que problematiza a questão da democracia racial e vi o comentário de alguém defendendo o mito da democracia racial e da miscigenação como "comprovação" dessa democracia (numa leitura bastante débil e simplificada de Gilberto Freyre). A leitura desse texto se deu para a continuação do trabalho de Seminário VI em que trato do caso do Rafael Braga (
Rafael Braga era um homem jovem que trabalhava catando material para reciclagem nas ruas do Rio de Janeiro para poder sobreviver. Vivia em situação de rua, pois a passagem era muito cara para ir e voltar todos os dias da casa em que morava com sua família. Em junho de 2013 foi detido ao chegar no lugar que dormiria. Foi apreendido com ele 2 garrafas de plástico, uma de Pinho Sol e outra de desinfetante. Na delegacia, os policiais que o apreenderam apresentaram as garrafas abertas e com panos. Ele foi acusado de portar material explosivo, que seriam coquetéis-molotov) e dos casos de guerra seletiva às drogas;
Ao ler isso me veio prontamente na cabeça a música racistas otários do Racionais em que eles cantam
O Brasil é um pais de clima tropical
Onde as raças se misturam naturalmente
E não há preconceito racial.
Mas principalmente a risada sinistra que se ouve depois de terem falado essa parte da letra.
Fiquei pensando sobre o quanto o discurso de democracia racial e guerra às drogas são usados apenas para inviabilizar a luta do povo negro e oportunizar O rotineiro Holocausto urbano (ou
genocídio da juventude negra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário