Algumas atividades nos tocam mais do que outras. Ao pôr em dia as atividades de LIBRAS tive esta experiência mais uma vez. Ver os dois vídeos ("Sou surda e não sabia" e "E se o mundo fosse surdo") é impossível não ter empatia e não ficar sensibilizada. Provavelmente minha vivência de combate às opressões faça com que me identifique, mas acredito ser muito difícil que ambos os vídeos não faça como que todos tenhamos momentos de reflexão sobre o que significa viver excluído da sociedade. O primeiro filme, uma espécie de relato e dramatização da história de como uma criança se descobre surda, nos sensibilize justamente por ser narrado por aquele a quem o lugar de fala pertence. Temos a prática de infantilizar aquelas pessoas que consideramos deficientes. E não estou falando apenas da deficiência física, mental ou motora. Quantas vezes somos, como mulheres, infantilizadas por não sermos homens (ou deficientes masculinas como diz n o início do filme). Termos respeito, ouvir e refletir a partir da fala e da vivência de que sofre o preconceito é sempre de extrema importância. Temos que praticar o não silenciamento de quem não possui os privilégios que, mesmo não sendo opção individual, temos.
Já o segundo vídeo - apesar de curto, bastante profundo - nos causa a empatia se utilizando dela na maneira extrema. "Invertendo" a realidade de como ela é. Na tarefa no moodle disse que me lembrava o documentário "Olhos Azuis"¹, mas pensando agora, também me lembra do curta "Acorda, Raimundo"² uma vez que ambos tratam da inversão de papéis para refletirmos o porquê de, mesmo não querendo sermos tratados como os grupos excluídos são, não mudamos nossas práticas.
¹(...)Jane Elliot aplica workshops sobre racismo para adultos. (...)Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia.
² Aborda as relações de gênero no Brasil. Paulo Betti é um dono de casa, grávido, que vive oprimido por sua mulher (Eliane Giardini). Ela trabalha fora enquanto ele toma conta das crianças e da casa. Numa situação inversa, reproduz a relação machista comum entre as famílias de trabalhadores brasileiros. Baseando-se na rádionovela de José Ignácio Lopez Vigil, o vídeo mostra a mulher chegando em casa tarde, depois de tomar umas cervejas com amigas de trabalho. Enfatiza a dificuldade do dono de casa para conseguir com a mulher uns trocados para o mercado e para as necessidades das crianças. Com a participação de José Mayer (outro dono de casa) e de Zezé Motta (outra trabalhadora), o filme apresenta a realidade cotidiana de forma invertida entre os sexos. Para os homens, essa situação é apresentada como um verdadeiro pesadelo. Um pesadelo do qual homens e mulheres devem acordar. FONTE: Núcleo Piratininga de Comunicação
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