segunda-feira, 6 de agosto de 2018



Entendo a intenção da charge e dela ter sido postada na interdisciplina (Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho - o que eu concordo muito), mas foi impossível não me remeter diretamente ao fato de que todos e todas parecem querer entender mais de educação do que quem vive a realidade da escola. Alunos e alunas devem ser atores da sua aprendizagem, mas existe intencionalidade pedagógica em toda a proposta de atividade que realizamos em aula, mas a todo instante somos questionados sobre o que estamos fazendo e porque não fazermos do jeito que acham sempre que está mais correto do que o nosso. Postei antes sobre os alunos questionarem o fato de que nem sempre há cópias nas aulas e eles entenderem que isso não é aula, pais e responsáveis questionarem porque não envio temas de maneira sistemática, isso sem falar em projetos famigerados como escola com mordaça e governantes que querem que a educação seja regida por resultados em avaliações externas.

Artes

Tava olhando a interdisciplina de linguagem para procurar um texto e vi a postagem da música maravilhosa que a prof nos levou na primeira aula e fiquei pensando sobre a postagem que fiz sobre os desenhos e como a minha relação com meus alunos se modificou desde que passei a usar não só artes plásticas, mas também outras artes para trabalhar com eles. Apresentar novas músicas (mesmo que sem relação direta com o conteúdo), respeitar e ouvir as músicas que eles propões (ainda que às vezes as problematize), trabalhar com imagens, com vídeos, fotos, tem melhorado muito a nossa relação e a relação deles com a aula e atividades que não seja só cópia. Ainda que eles reclamem quando não copiam, afinal, não é aula. Esse é um conceito difícil de modificar neles (e nem vou falar nos pais).

Perguntas

Nos foi solicitado pensar em 5 perguntas ao fazer o planejamento das aulas. Minha resposta foi

1.Qual a realidade dos meus alunos?

2. O que planejei promove a aprendizagem significativa para meus alunos?

3. O planejamento atenderá as necessidades dos meus alunos?

4. Qual a importância desse aprendizado?

5. A minha avaliação tem de fato ajudado readequar meu planejamento?

Não sei se levo sempre essas perguntas, mas as considero fundamentais. Ainda mais quando a gente observa que muitos colegas utilizam a realidade do aluno em conta na hora da avaliação ("tadinho, não tem como exigir dele, olha onde mora/como é a família") e não na hora de planejar uma forma de adequar suas aulas para trazer a realidade de seu público para que o aprendizado seja significativo. Aliás, pensam na avaliação apenas como dar ou não notas - mesmo quando a avaliação é feita por conceitos - e não como ponto de partida pra observar pra onde direcionar suas aulas.

Quem é o aluno ou a aluna da EJA?

São alunas e alunos  adultos trabalhadores que não tiveram a oportunidade de estudar na série regular e adolescentes que muitas vezes são encaminhados para EJA, porque estavam com uma distorção idade séries grandes e causavam “tumulto” no turno regular.

Ali, a maior dificuldade é lidar com o tempo. Trabalhar na rua e/ou nas atividades domésticas o dia inteiro e ir pra escola a noite é algo difícil, por mais dedicado que seja esse ou essa aluna, o cansaço muitas vezes é um obstáculo muito grande. Além disso, como aponta o texto, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, bem como pouca utilização de procedimentos metacognitivos (Oliveira, 1995).

Pensar é  o planejamento  para essa modalidade é necessário refletir sobre a realidade e o contexto sócio-histórico, geográfico e cultural destes e destas alunas refletindo sobre a promoção de suas habilidades e construção do seu conhecimento.

Tecnologias em educação ou sobre saudades


Tenho sentido bastante falta da minha antiga escola, em especial do trabalho na biblioteca. Estar nos meio dos livros e do trabalho com "os grandes" me faz muita falta. É inegável que eu prefiro trabalhar com os adolescentes e não tenho nenhum perfil para trabalhar com o ciclo da alfabetização. Ano passado fiz um trabalho com os 9°s anos sobre os livros de um autor que eles gostam bastante e que iria nos visitar. Como já trabalhavam há alguns anos com esse mesmo autor, conheciam seus livros e as histórias, então propus, junto com a professora de português, que filmassem trailer dos livros para apresentarem às outras turmas. Eles tiveram uma aula sobre o assunto - booktrailers - e debatemos como fazer. A resposta foi muito legal. Eles releram os livros e se envolveram ativamente na construção da visita e do trabalho com o autor. Utilizaram o celular para uma tarefa pedagógica e se sentiram envolvidos no processo. Pesquisaram sobre edição, sobre como gravar, utilizaram as tecnologias para além de ter a mesma matéria que seria passada no quadro projetada nesse mesmo quadro, de assistir filmes, etc. Queria poder postá-los pra mostrar o quão bom ficaram, mas o acordo ano passado é de que não iria para o YouTube ou seria divulgado

domingo, 5 de agosto de 2018

Desenhos

Logo no início do semestre fui em uma formação que falava sobre os desenhos e a ligação com a escrita. Que desenhos não eram "apenas desenhos", mas a forma de os alunos estruturarem aprendizagens, de desenvolver sua coordenação e de fazerem relação com a escrita. Tirei várias fotos da atividade e pretendia postar para estruturar melhor o que queria escrever, mas demorei - demais - a fazer e meu celular foi furtado. Mas enfim, passei a aplicar em sala algumas das orientação e ideias do que foi apresentado na palestre e observei meus alunos do segundo ano passarem exatamente por esse processo. Não tem a ver com talento para o desenho, mas conforme eles avançavam e avançam na sua alfabetização, é possível notar um avanço na estruturação dos desenhos e de como os organizam para realizá-los. Foi importante isso pra mim que nunca havia dado aula para um 2º ano.
Sei que estou sendo repetitiva, mas a questão sobre que marcas quero deixar para meus alunos tem me feito pensar muito. Há alguns dias uma amiga que também é pedagoga escreveu em uma rede social que 


"Hoje a  (nome de outra pessoa) compartilhou uma publicação muito importante. A essência era como pais e mães devem agir para educar princesas rebeldes!
Eu fiquei pensando o quanto é difícil educar mesmo quando a gente ainda tá aprendendo que: 1. Ninguém pode nos calar pela imposição do tom de voz ou a postura corporal. 2. Que nossas ideias tem valor mesmo quando o outro diz a mesma  coisa e ganha estrelas e você se quer e escutada 3. Que o choro, ainda que deva ser valorizado, pode e deve ser transformado em potência para ninguém te destruir!
Eu sou profe de muitas pequenas e pequenos. Além de torna-lás rebeldes espero poder torná-los também menos apegados aos seus "privilégios imediatos". Começa nessa idade. Aqui a profe ensina que " ser chamado de menininha" é sinônimo de muita força!
Convivo com muitas mulheres fantásticas também e perante a maioria me sinto sempre uma pequena, uma estudante sedenta de aprender com elas! 
Espero todos os dias educar e ser educada!"



E acho que isso é parte do processo das marcas que eu gostaria que minha prática pedagógica deixassem em meus alunos e, principalmente, em minhas alunas. Essa capacidade de que o choro delas é importante, deve ser respeitado e isso é sinônimo da imensa força que têm. Que meninos também podem chorar e que isso não é demérito. Que ser menininha é um elogio e não um xingamento, Que eles e elas possam ser quem almejarem ser, sem ser tolhidos ou reprimidos

Afetividade

Para Wallon a afetividade tem papel importante na aprendizagem. Acredito que quem está em sala de aula, e acredita naquele espaço, tende a concordar com essa frase. Muitos professores acreditam em Maquiavel em que o "poder" se consegue pelo amor ou pelo medo, preferencialmente pelo medo. Não à toa são os mesmos que se consideram príncipes e que suas palavras são lei. A afetividade pressupõe respeito e valorização. Significa elevar a autoestima de nossos alunos e isso faz com que seja positivo estar em aula

Avaliação

O que é avaliação... Responder essa questão em meio a meritocracia,  que muitos acreditam que a avaliação é feita apenas para rotular alunos, que professores bons são aqueles que rodam muitos alunos, etc. Avaliação é um assunto muito debatido e pouco realmente refletido nas escolas. Na escola em que atuava até ano passado, fui voto vencido no debate sobre mudar todo o currículo e a forma de ensino  para adequar às avaliações externas. Se a avaliação é processo, é feita cotidianamente, se deve ser ponto de partida, como alguém que nunca viu meus alunos pode, a partir de uma prova descontextualizada, falar sobre a aprendizagem deles? Isso me lembra muito o debate do boicote ao ENADE e a responsabilidade pela qualidade do ensino das faculdades recair apenas nos alunos. Como se estrutura, quadro docente, valorização da educação não fosse parte fundamental disso.

Inovação tecnológica x inovação pedagógica


Adianta propor em sala de aula todas as novidades tecnológicas sem inovar na prática pedagógica? Qual a diferença entre copiar do quadro e copiar de um slide?
A inovação pedagógica é quando ocorre uma ruptura com o tradicional, onde o professor se dá conta, que a aula tem que romper as barreiras do quadro negro e do livro, fazendo de outros espaços, um ambiente de saber. Fazendo com a construção da aprendizagem se dê através da relação do aluno com o mundo que o rodeia. Isso tudo ocorre, com o auxílio da tecnologia. Mas atentando ao fato de que nada adianta mudar os recursos, se a metodologia permanecer engessada.

Desafios da EJA

(Já que não consegui colar no local certo, posto aqui)

Ainda que possivelmente não leia as palavras/frases, ao menos aqueles e aquelas do ciclo de alfabetização, o aluno da EJA, já faz a leitura do mundo e reconhece informações do seu cotidiano. Em seu texto, Hara traz um pouco do que acontece na sala de aula da EJA no Brasil, dissertando sobre as dificuldades que os educadores encontram, na alfabetização de adultos. Tais desafios seriam: (1) A evasão. Já que o corpo discente desta modalidade geralmente trabalha fora e/ou em suas tarefas domésticas e chegam ao fim do dia, geralmente horário das aulas, com cansaço grande acumulado do dia; (2)  fator social. Muitos destes e destas alunas estão à margem da sociedade, muitos não são alfabetizados ou letrados. A maioria faz parte da parcela mais pauperizada da classe trabalhadora, apresentando doversas dificuldades cognitivas que não tiveram acesso a escola no tempo regular de escolarização. E isso gera esse exclusão na vida em sociedade. Se a língua, a leitura e escrita tem poder, logo esses alunos não são empoderados no seu ambiente social. 

 Hara (p.9, 1992) formula uma questão essencial ao pensar na Educação de Jovens e

 adultos  “O que está incentivando alguém a procurar alfabetizar-se depois de adulto? 

“ Prossegue, “São várias as respostas para essa pergunta, como a busca por um emprego melhor ou uma 

melhor posição no atual emprego, ajudar os filhos com os deveres escolares, além de se sentirem 

mais pertencentes a sociedade.

O processo de alfabetização desses adultos precisa ser dialógico com a realidade deles e

 delas, que suas vivências sejam ponto de partida para a aprendizagem e que possam desenvolver a 

leitura crítica do mundo, da sociedade, da sua realidade. E que se vejam como sujeitos, como 

atores capazes de transformar essa realidade.


Referência bibliográfica:

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992

Temas geradores

Eu estava realizando as atividades sobre tema geradores e me apareceu a imagem abaixo


Entendo que há temas que são necessários propor e que muitas vezes o trabalho em sala de aula será feito com assuntos que somos nós que trazemos e não dos alunos. Mas me causa esse estranhamento olhar pra uma tabela que sugere, pra não dizer impõe, temas por série ignorando completamente quais turmas terão e como elas serão. Isso me faz lembrar as colegas que fazem um caderno de planejmento uma vez e permanecem os reutilizando até o fim dos dias sem mudar uma vírgula.

ETICs, estágio, semestre e a vida

A última atividade da interdiciplina de ETICs é sobre como utilizar as tecnologias em educação em aula e o que pretendemos realizar no nosso estágio. É impossível realizar essa atividade sem pensar no estágio e no quão próximo o curso tá do fim. Eu desisti da minha outra graduação e quase desisti desta. Assumo que não sou a pessoa mais empolgada com a pedagogia e que minha falta de organização pra realizar as atividades e a procrastinação eterna não é só falta de tempo, ainda que essa escassez no meu tempo seja bastante importante, mas também é reflexo de uma ansiedade em fazer minhas atividades da vida terem sentido e no momento permanecer em sala de aula seja tão difícil. Estudar e refletir sobre como ser uma professora melhor e como auxiliar melhor meus alunos na construção do seu conhecimento quando tenho 40 horas em sala de aula e, sendo uma semana após a data que eu deveria ter recebido, não ter notícias do salário. É triste, é desesperador, é frustrante. Quero terminar o curso, quero permanecer em sala, mas tá cada vez mais difícil.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Teoria e prática

      Ontem eu fiz a atividade e a postagem sobre o que pretendo deixar para os meus alunos. Mais tarde fui a uma atividade das mulheres da frente quilombola de Porto Alegre em alusão ao 25 de julho, Dia da Mulher Negra latino-americana e caribenha. Nessa atividade, eu, mulher branca, fui pra ouvir. Porque sou professora e tenho a mania de discursar, de achar que sei tudo e querer ensinar. fui porque todas as vezes que reclamo de os homens não questionarem seus privilégios, também não questiono o meu de branca. Nunca questionei, por exemplo, se sou feminista ou não. Pra mim é um assunto dado e ver as mulheres negras se questionando se seria um conceito que elas adotam ou não foi um soco no estômago de toda a minha "desconstrução", uma vez que elas não se sentem representadas e incluídas em um conceito que pra mim resume muito da luta que faço. Afinal sou socialista, mas uma socialista feminista, uma feminista que a revolução será feminista, negra e LGBT ou não será. Sou uma professora socialista, feminista, LGBT e que sempre tenta ter uma prática anti-racista. E, como disse Rosa Luxemburgo, não estaremos perdidos se não tivermos desamprendidos a aprender. Fui pra atividade sabendo que como professora branca numa escola de periferia a minha Síndrome de Senhorita Morello¹ é testada a todo momento. Mas ouvi lá coisas, como a do feminismo que não havia sequer refletido ainda e que foi importante ter ido.
      Então, talvez o que queira realmente deixar para os meus alunos, seja isso, a capacidade de sempre aprender. De entender que nunca saberemos de tudo e que, se estivermos atentos, estaremos em constante processo aprendizagem.
     Mas é engraçado todo esse texto falando sobre ontem já que queria vir falar na verdade sobre um outra atividade, desta vez de linguagem, em que, ao responder o trabalho entendi toda a crise que tenho com meu aluno e que não sabia intervir. Estava quebrando a cabeça pensando em como auxiliá-lo no desenvolvimento da sua aprendizagem. Se eu tivesse feito o trabalho no prazo certo, poderia ter os elementos desde o princípio do ano e não ter perdido tanto tempo. Foi mais uma experiência de que teoria e prática devem caminhar lado a lado, uma alimentando a outra.









¹A crise não muda, é aquela que foi retratada na série americana “Todo mundo odeia o Chris”. A personagem Srta. Morello (Jacqueline Mazzarela) retrata uma pessoa branca que reconhece seus privilégios, mas de forma tão soberba que realmente se acha superior em tudo e acredita que todos os negros dependem de sua ajuda e assistência. Vê se em vários episódios a professora do protagonista da série Chris Rock (Tyler James Williams) com suas “melhores intenções” tentando ajudar o personagem em sua história trágica que criou em sua mente. Fonte https://www.geledes.org.br/eu-um-garoto-negro-e-crise-da-srta-morello/

terça-feira, 24 de julho de 2018

Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos?

   Um dia eu terei que aprender. Aprender a ser menos irresponsável e me prejudicar menos. A última postagem, de março, falava na minha felicidade em ter aula com o Johannes, 4 meses depois vem a segunda postagem. Se eu tivesse o mínimo de senso eu desistiria do curso e não faria as pessoas terem mais trabalho porque eu não consigo trabalhar com prazos e pressão para fazer as atividades.


Mas, vamos lá, acabei de responder a questão "Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos?". É interessante reponde a essa pergunta porque ela vem martelando na minha cabeça há algum tempo. Respondi com algumas coisas que acho importante, mas ainda assim não fiquei satisfeita com a resposta porque pra mim não é uma conclusão que eu chego quando penso nisso, mas sim processo. Processo de reflexão do que faz com que eu ainda esteja em sala de aula e não queria sair. Por muito tempo foi cômodo permanecera ali. É o que sei fazer e, ainda que eu seja muito crítica com a minha prática pedagógica, espero que faça bem. constantemente estou em sala me perguntando o que quero daquela lugar e o que de mim quero deixar ali. Não tem sido fácil permanecer em sala de aula, mas uma das coisas que me motiva é o contato com as crianças, e principalmente com os adolescentes. Talvez essa minha preferência seja justamente porque os mais velhos já tragam uma bagagem maior e com as quais seja mais fácil ter como ponto de partida, talvez seja porque cada vez mais eu veja como é necessário olhar para esses adolescentes, enxergá-los e ouví-los. Mas pensando em tudo isso, talvez o que eu queira deixar para meus alunos mude a cada momento e dependa de cada um. Não há resposta ainda pra essa pergunta. Não sei se algum dia terei só uma.

sábado, 31 de março de 2018

Didática, felicidade e discordâncias

    Quarta passada tivemos nossa primeira aula de didática. Ao responder sobre como seria nossa escola ideal, aquela que construiríamos em outro planeta, muitas colegas se prenderam em no que quem ensonar ou como seriam os alunos (aprenderiam por telepatia, a comunidade escolar seria engajada, etc). 
    Uma das coisas que aprendi esse ano, ao mudar de escola e cidade, é que não escolhemos quem será nosso aluno. Que a realidade das comunidades e do nosso público são os pontos de partida do nosso fazer docente e não como "aspectos que infelizmente temos que lidar que fogem da nossa idealização". Compreender as necessidades e o que cerca a a escola é fazer com que esse aprendizado seja significativo para nosso aluno e nossa aluna. Como avaliar um aluno que foge daquilo que acho que ele deve ser? 
    Um dia após a aula de didática fui comemorar a defesa de mestrado de um amigo. Esse meu amigo poderia ter sido considerado um caso de "fracasso escolar". Ele era um dos alunos que não conseguiam copiar, que perdiam recreio por isso, etc. Ele foi um aluno que iniciou a educação física por sera única matéria que gostava na escola. Na graduação se aproximou da biologia e passou a cursar essa faculdade. Hoje é mestre e está iniciando o doutoramento em uma universidade federal, além de ser um dos professores que mais admiro a prática. Se esse aluno tivesse sido taxado com um rótulo tão pesado como fracasso escolar, conseguiria ele obter sucesso na carreira acadêmica? Talvez, mas dificultaria muito. Não idealizar, mas procurar entender meu aluno e que a avaliação deve ser ponto de partida e não de chegada possa ajudar...


Sobre a felicidade e discordância do título... Como assim minhas colegas não estão todas apaixonadíssimas pela aula do Johannes? Nunca entenderei isso. Dos meus professores favoritos da vida! Fiquei muito, mas muito feliz quando disseram que seria ele meu professor. O acho maravilhoso!

EJA

   Refletir sobre a educação de jovens e adultos é sempre uma tarefa complexa. Muito comum vermos que essa modalidade é tida como um "castigo" para quem está distorção idade/série e tem um comportamento arredio e indisciplinado. A EJA também é o lugar daquelas e daqueles que por diversos motivos não puderam frequentar ou tiveram que interromper seus estudos, sendo assim, é vista como menos importante que o ensino regular. 
   A reflexão que fizemos na aula sobre o assunto em que nos foi questionado o motivo desses e dessas alunas estarem na eja e como se daria a alfabetização deles e delas, além do execício de didática sobre nossas escola ideal a ser construída em outro planeta, faz com que me pareça mais urgente uma crítica e uma reação as decisões dos governos de fecharem o noturno das escolas, de deixar de oferecer ensino noturno e de resumir toda a educação de jovens e adultos em uma prova e o ensino médio até 40% à distância. medidas como essas tendem só a piorar ainda mais o ensino público e priorizar o ensino provado. Estudar essa realidade para que se possa intervir. Como farei um ensino focado no que é concreto e faz sentido para aquele aluno se não tenho contato com ele? Se ministro aula para dezenas de pessoas através das redes? 
    Tenho pensado bastante sobre isso no último período e acredito que as reflexões sobre isso permanecerão ao longo do semestre cursando a interdiciplina.







Acredito ser necessário fazer um parenteses sobre essa interdiciplina. Na realidade, não é exatamente sobre ela. Quando erramos, acredito, ser preciso assumir o que fizemos. Há alguns semestres atrás fiz uma postagem reclamando bastante de uma professora e da interdisciplina que ela ministrava. Ainda que eu tenha diferenças com ela, acredito que muitas das dificuldades encontradas eram, na verdade, falta de disposição minha em realizar as atividades por achar que essas diferenças entre nós tinham uma importância maior do que realmente tem. Aprendi desde então que a professora é exigente, mas é incrível. Passei a admirar muito e tê-la como referência dentro do curso. Não sei se aqui é o lugar para escrever isso, mas como escrevi a reclamação achei justo escrever também a mea culpa.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

descobertas surpreendentes

Para iniciar, convém esclarecer os termos. Epistemologia é teoria da ciência ou o
estudo do conhecimento científico. Genética pode ter dois significados muito diferentes
entre si. O primeiro é relativo à genética, ramo da biologia que estuda a transmissão dos
caracteres hereditários; o segundo é relativo à gênese. Com relação ao termo genética,
nos interessa o segundo significado. Genética é relativo à gênese, ou seja, origem.
Epistemologia Genética é o estudo da gênese ou origem do conhecimento humano.

"Epistemologia genética" de Tania B. I. Marques Arquivo


Confesso que esse foi um parágrafo revolucionário na minha vida. Não lembro de já ter lido sobre esta definição de genética. Acho que tudo que já li do Piaget  ou sobre ele faz mais sentido

(obviamente que isso pode ser resultado de uma falta de atenção minha, mas estou realmente impactada com esse parágrafo)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Nossos limites

Aprendi há algum tempo que temos que saber respeitar nossos limites. Alguns desses limites podem nos impedir de fazer cisas que deveríamos, como o limite físico e mental, mas outros nos mostram que nem sempre podemos tentar extrapolar. Ano passado assisti 13 reasons why. Essa é uma série estadunidense, adaptação de livro com mesmo nome, que explica os treze motivos que levaram Hannah Baker a cometer suicídio. Assisti a série sabendo que em algum momento ela seria pesada demais pra mim e que deveria parar, não o fiz e tive uma crise depressiva nos dias que se seguiram. Tive a mesma sensação agora ao assistir Vênus Negra para a disciplina  Escola, Cultura E Sociedade. Conhecia a história de Saartjes Baartman e sabia que seria pesado. Mas tentei assistir. Não acho que terei a mesma reação que tive com a série (que não sabia a história e assisti quase todas as cenas que me fizeram tão mal), mas estou abalada por ter visto esse vídeo. Ainda mais depois de hoje ter lido a letra da música que diz "Vou socar na sua b***** sem parar, E se você pedir pra eu parar não vou parar", depois de toda a repercussão de "Taca a bebida, Depois taca a p*ca e abandona na rua" que me faz perceber que a situação da mulher, ainda mais da mulher negra, pouco mudou. Li um comentário no filme de que toda vez que assiste a globeleza lembra da Vênus Negra. Como discordas?

Em que modelo você se encaixa?


Disciplinas de psicologia sempre são um tanto complicadas pra mim. Ainda que eu já tenha querido cursar a graduação, acho que me traumatizei com as disciplinas que fiz no início da outra graduação e sempre reluto em fazê-las. Mas, não é sobre isso que eu queria falar.

Uma das atividades que precisamos fazer esse semestre - deveria ter sido lá no início, eu sei - está um quadro em que dividiríamos as características dos modelos epistemológicos de aprendizagem. Fiz um recorte de 4 das categorias de análise.



Categorias
Modelo Epistemológico
EMPIRISMO
APRIORISMO
CONSTRUTIVISMO

Conteúdo/
Conhecimento


Professor decide Aluno copia

O aluno já tem uma sabedoria , apenas precisa trazer a tona  
Professor percebe as necessidades dos alunos. Propõe o assunto e faz a mediação na construção do conhecimento

Professor
O detentor do conhecimento
Interfere o mínimo possível
O mediador na construção da aprendizagem. Ensina, mas aprende com o aluno
Sujeito
Professor
Aluno
Professor e aluno
Objeto

Fator exógeno
Herança
genética
Ação do sujeito no
meio físico e social
Ao  ter que classificar, logo ter que pensar sobre cada um e, como disse na postagem professor reflexivo, "não refletir sobre nosso fazer docente é ficar parado no tempo e não contribuir, ao menos não tanto quanto poderia, no processo de ensino-aprendizagem", fiquei tentando analisar em que categoria me encaixo. Defendo desde o início do curso de que todos nós fazemos discurso em defesa do construtivismo, mas muitos ainda costumam seguir o empirismo. Percebo que, na tentativa de negar o empirismo, segui características do apriorismo e ainda o faço. Mas também fiquei feliz em me dar conta que, principalmente a partir dos projetos de aprendizagens, tenho sido menos apriorista, muito menos empirista e caminhando para o construtivismo

Democracia racial, Rafael Braga e Racionais

Estava relendo um texto que problematiza a questão da democracia racial e vi o comentário de alguém defendendo o mito da democracia racial e da miscigenação como "comprovação" dessa democracia (numa  leitura bastante débil e simplificada de Gilberto Freyre). A leitura desse texto se deu para a continuação do trabalho de Seminário VI em que trato do caso do Rafael Braga (Rafael Braga era um homem jovem que trabalhava catando material para reciclagem nas ruas do Rio de Janeiro para poder sobreviver. Vivia em situação de rua, pois a passagem era muito cara para ir e voltar todos os dias da casa em que morava com sua família. Em junho de 2013 foi detido ao chegar no lugar que dormiria. Foi apreendido com ele 2 garrafas de plástico, uma de Pinho Sol e outra de desinfetante. Na delegacia, os policiais que o apreenderam apresentaram as garrafas abertas e com panos. Ele foi acusado de portar material explosivo, que seriam coquetéis-molotov) e dos casos de guerra seletiva às drogas;

Ao ler isso me veio prontamente na cabeça a música racistas otários do Racionais em que eles cantam


O Brasil é um pais de clima tropical
Onde as raças se misturam naturalmente
E não há preconceito racial. 

Mas principalmente a risada sinistra que se ouve depois de terem falado essa parte da letra.

Fiquei pensando sobre o quanto o discurso de democracia racial e guerra às drogas são usados apenas para inviabilizar a luta do povo negro e oportunizar O rotineiro Holocausto urbano (ou genocídio da juventude negra)

síntese reflexiva

Encerrei há pouco a escrita da primeira versão da síntese reflexiva do 6 semestre. Muitas coisas me passam na cabeça ao escrever as sínteses as aprendizagens, os pensamentos, a prática em sala de aula, o não ter feito as atividades no tempo correto, não poder ter feito o documento completo porque faltam ainda atividades pra fazer que poderão complementar a escrita final, etc


Mas esse documento foi realizado de forma diferente. Ao ter que analisar um filme e utilizar as aprendizagens feitas ao longo das atividades do semestre foi possível relacionar e entender de fato qual a unidade pensada para desenvolver as aprendizagens. Esse são 2 aspectos que o PEAD tem em vantagem a muitos cursos: a escrita de um texto que nos faça refletir sobre o ensino-aprendizagem e nossa ação em sala de aula e também a possibilidade de estudarmos em unidade. A maioria das outras modalidades tem disciplinas que se misturam e terminam sendo conteúdos diferentes que precisam se conciliar na formação de quem está cursando. Mas ao pensar os temas de maneira que  aprendizagem tenha uma unidade, ainda que sob diferentes ângulos, faz com que a aprendizagem tenha sentido de verdade.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

   Assistir ao filme ‘Como estrelas na Terra’ para iniciar a escrita da síntese das aprendizagens me fez lembrar muito da postagem Sujeitos com altas habilidades/ Superdotação, uma vez que, se o professor Nikumbh não tivesse notado a dislexia do Ischan, é possível/provável que ele fosse mais um caso de fracasso escolar. Se a minha falta de formação fez com que eu não suspeitasse de uma possível alta habilidade de um aluno, se nenhum outro professor notar, é possível que ele passe o resto da vida escolar sendo taxado de rebelde, de aluno chato e de inquieto sem que a escola consiga de fato formá-lo em toda a sua potencialidade, exatamente como quase aconteceu à Ischan.

    Ainda que o filme romantize um pouco a realidade do que estava ao alcance do professor fazer e das possibilidades que ele teria de auxiliar esse aluno, acredito seriamente que todo professor deveria assistir a esse filme com a intenção que consigamos observar nossa prática e refletir se ela é inclusiva ou exclusiva. Se ela é exclusiva, no que posso modificá-la.

Popper, formatura e 10 anos de universidade

Acabo de me dar conta que faz exatamente 10 anos que meu nome saiu no listão do vestibular. Bixo nas Ciências Sociais - Licenciatura - diurno. 30º lugar num curso com 100 vagas, Ímpossível não ficar martelando sobe tudo isso no período em que muitos amigos estão defendendo seus tccs, enquanto outros estão passando na seleção do doutorado. Saber de tudo que poderia ter feito e tudo o que fiz desde então. Já escrevi diversas vezes no blog sobre o fato de me auto-sabotar e o quanto minha irresponsabilidade tem relação com isso. Que poderia - deveria - ter me formado 5 anos atrás, mas fui viver a universidade esqueci dos meus estudos. Não nego que foi uma experiência vital pra mim. Hoje que estuda na UFRGS, mas não vivo o seu cotidiano, sei o quanto me faz falta e o quanto foi fundamental pra ser quem sou hoje ter vivido o cotidiano da universidade. Todo esse texto foi iniciado por ter usado Karl Popper, um físico que é estudado em epistemologia, para falar sobre o conceito de falseabilidade. Esse foi uma das últimas aprendizagens que tive nas ciências sociais e me deu uma nostalgia absurda. Não consigo negar: de verdade? não sou a maior fã da pedagogia. A faço porque amo meu trabalho e quero contribuir mais para a aprendizagem dos meus alunos. Quero muito ser orientadora escolar e sei que as aprendizagens no curso me serão fundamental. Mas também que as que tive na cso serão importantes na minha prática e na minha vida

Ética, regras e trânsito

Fazendo uma atividade de filosofia sobre ética, lembrei de um debate que sempre tenho com minhas turmas e com pessoas em geral sobre regras no trânsito.

A primeira vez que aconteceu esse debate foi porque em uma turma de 3º ano do ensino fundamental, uma aluna que tinha entre 8 e 9 anos me disse que andava no banco da frente do carro e que não teria problemas porque o pai dela era policial militar e que se parassem eles em alguma blitz, os deixavam passar. Num primeiro momento fiquei estarrecida, mas combinamos de voltar o assunto em aulas seguintes. Levei um vídeo para eles sobre acidentes de carro. Falava sobre cruzar o sinal vermelho e não usar o cinto no banco de trás. Fiz o debate com eles sobre as regras não serem seguidas apenas pelo medo de serem punidos, mas que as regras e as punições existem por motivos concretos, e no caso do trânsito, para salvar as vidas. Discuti com a aluna sobre o perigo dela sentar no banco da frente não só pela idade, mas também pelo tamanho (ela era ainda menor que a média das crianças da idade dela) e o porquê de estar errado ela sentar no banco da frente.

Desde então, uso esse debate pra discutir com meus e minhas alunas sobre regras e punição. Que não é o medo de punição que deve nos fazer seguir ou não uma regra, mas as consequências dela. Se eu entender o motivo por trás da regra, posso decidir se posso ou não transgredi-la. Afinal, muitas vezes, as regras também precisam ser transgredidas. Cabe ao indivíduo a capacidade de reflexão de qual pode ou não.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

igualdade, equidade e liberdade



 “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais,  humanamente diferentes e totalmente livres”

Rosa Luxemburgo

Imagem relacionada
Essa frase tem uma importância enorme pra mim. Ela é um dos meus norte de vida, militância e prática docente. 


Não acredito que ignorar as diferenças e agir como "se todos fossem iguais" é um erro. Somos diferentes e isso não é ruim. As diferenças sim ser evidenciadas e valorizadas. 

Ao fazer o trabalho de QERED e dizer que “as práticas educativas que se pretendem iguais para todos acabam sendo as mais discriminatória” Me fez muito lembrar de 2 situações:

  • A primeira foi a foto de Copacabana do início do ano e nossa crise de senhorita Morello de Todo Mundo Odeia o Chris. "A personagem Srta. Morello (Jacqueline Mazzarela) retrata uma pessoa branca que reconhece seus privilégios, mas de forma tão soberba que realmente se acha superior em tudo e acredita que todos os negros dependem de sua ajuda e assistência". Como nos faz refletir o texto publicado no Geledés - Instituto da mulher negra, muitas vezes até temos boas intenções, mas terminamo por subestimar e tratar de forma inferior, mesmo que sem intenção consciente.


  • A segunda situação que lembrei foi quando um aluno me perguntou se era ruim ele seguir religião de matriz africana, ou batuque como ele chamou, pois sua professora anterior, ao questionar a todos alunos quais usas religiões, disse que a dele não era assunto pra tratar em sala de aula. Não a toa crianças que seguem religião de matriz africana afirmam que a escola é o pior lugar onde mais se sentem discriminadas em relação a sua religião. A ex-professora desse meu aluno não criticou a religião que ela discordava, ela "apenas" ignorou o assunto e disse que as outras religiões eram assunto de debate em aula, aquela não.







  • Por fim, de verdade, o que defendo não é nem mesmo a equidade, mas a liberdade 




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Inclusão

   Muitas vezes me dou conta de que preciso me controlar no trato com os e as colegas de profissão. Me incomoda tanto alguns discursos de culpabilização dos alunos que acabo fazendo o mesmo com os e as profs. Precisei pedir para a professora que atende o AEE da minha escola responder um questionário. Essa colega não trabalha na minha escola, mas já trabalhou e lembro que outros colegas da escola diziam que ela era professora do aee, mas que na verdade era ela quem precisava do atendimento porque "ela que é inclusão". A mesma coisa é dita de um funcionário da escola que possui algumas dificuldades na compreensão do que lhe é solicitado. Olho pra tudo isso, pra forma como eu já reagi a esses comentários (rindo e muitas vezes os repetindo) e me dou conta que a primeira barreira pra acontecer uma inclusão real é a gente para de rotular e passar a entender que não é favor ou que é "anormal". O problema nem sempre são os outros. muitas vezes somos nós.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Sujeitos com altas habilidades/ Superdotação.

A vantagem de e fazer um curso relativo ao trabalho que já fazes é a possibilidade de manter a relação entre prática e teoria de forma cotidiana. Ao ler sobre Sujeitos com altas habilidades/ Superdotação, foi impossível não enxergar de forma nítida um dos meus ex-alunos. Sempre fazemos relação com nossas salas de aula e com quem identificamos a partir das leituras, vídeos e debates, mas esse debate sobre alunos com altas habilidades me fez refletir sobre como sempre nos preparamos e tentamos observar os alunos que apresentam dificuldade de aprendizagens e rotulamos esse aluno como menos capaz. Não como alguém que possivelmente apenas não tenha se adequado ao sistema decora conceitos e os reproduz nas avaliações. 

  Me dar conta do quanto esse aluno se encaixa em praticamente todas as características do texto me fez pensar também nos problemas em fazer a graduação quando já em sala de aula. O quanto eu poderia ter auxiliado esse menino se tivesse identificado tais características quando ele era meu aluno, o quanto poderia ter diminuído um possível sofrimento dele nos anos sequentes em que ele foi taxado de rebelde, de chato, etc. 

  Já fui bastante subestimada pelos meus colegas por acreditar nas habilidades dos meus alunos e por querer que fossem mais críticos do que reprodutores de matérias que decoraram, mas ao fazer o debate ano passado sobre adequar todo o conteúdo das aulas para tirar boa nota em avaliações externas fiquei pensando no quanto sou eu a equivocada em não querer que eles apenas marquem o x na resposta correta. Talvez tenha ficado muito confuso, mas estou escrevendo enquanto vou pensando sobre o texto, o debate e o "soco no estômago" que foi me dar conta quanto poderia ter ajudado meu ex-aluno e pela minha falta de formação não consegui ajudar.