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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Empatia, sensibilização e filmes

    Algumas atividades nos tocam mais do que outras. Ao pôr em dia as atividades de LIBRAS tive esta experiência mais uma vez. Ver os dois vídeos ("Sou surda e não sabia" e "E se o mundo fosse surdo") é impossível não ter empatia e não ficar sensibilizada. Provavelmente minha vivência de combate às opressões faça com que me identifique, mas acredito ser muito difícil que ambos os vídeos não faça como que todos tenhamos momentos de reflexão sobre o que significa viver excluído da sociedade. O primeiro filme, uma espécie de relato e dramatização da história de como uma criança se descobre surda, nos sensibilize justamente por ser narrado por aquele a quem o lugar de fala pertence. Temos a prática de infantilizar aquelas pessoas que consideramos deficientes. E não estou falando apenas da deficiência física, mental ou motora. Quantas vezes somos, como mulheres, infantilizadas por não sermos homens (ou deficientes masculinas como diz n o início do filme). Termos respeito, ouvir e refletir a partir da fala e da vivência de que sofre o preconceito é sempre de extrema importância. Temos que praticar o não silenciamento de quem não possui os privilégios que, mesmo não sendo opção individual, temos.

   Já o segundo vídeo - apesar de curto, bastante profundo - nos causa a empatia se utilizando dela na maneira extrema. "Invertendo" a realidade de como ela é. Na tarefa no moodle disse que me lembrava o documentário "Olhos Azuis"¹, mas pensando agora, também me lembra do curta "Acorda, Raimundo"² uma vez que ambos tratam da inversão de papéis para refletirmos o porquê de, mesmo não querendo sermos tratados como os grupos excluídos são, não mudamos nossas práticas.



¹(...)Jane Elliot aplica workshops sobre racismo para adultos. (...)Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia.

²  Aborda as relações de gênero no Brasil. Paulo Betti é um dono de casa, grávido, que vive oprimido por sua mulher (Eliane Giardini). Ela trabalha fora enquanto ele toma conta das crianças e da casa. Numa situação inversa, reproduz a relação machista comum entre as famílias de trabalhadores brasileiros. Baseando-se na rádionovela de José Ignácio Lopez Vigil, o vídeo mostra a mulher chegando em casa tarde, depois de tomar umas cervejas com amigas de trabalho. Enfatiza a dificuldade do dono de casa para conseguir com a mulher uns trocados para o mercado e para as necessidades das crianças. Com a participação de José Mayer (outro dono de casa) e de Zezé Motta (outra trabalhadora), o filme apresenta a realidade cotidiana de forma invertida entre os sexos. Para os homens, essa situação é apresentada como um verdadeiro pesadelo. Um pesadelo do qual homens e mulheres devem acordar.  FONTE:  Núcleo Piratininga de Comunicação

terça-feira, 10 de maio de 2016

Seminário, LIBRAS e postagens no blog

   Eu estava tão empolgada no ENE em fazer as postagens quena primeira foi fwita lá mesmo. Iniciei o rascunho da segunda, mas não sei como apaguei e não consegui retomar. Entrei umas 3 vezes pra fazer, mas acho que desenvolvi um bloqueio (ok, é drama, mas é só a forma de introduzir o assunto).
   Das coisas que mais queria falar sobre o ENE, pode ser contemplado ao falar da aula da última quarta-feira em que iniciamosna interdisciplina de LIBRAS. Das minhas lutas por inclusão (que tem mais a ver com os grupos oprimidos - mulheres, negras e negros e LGBT), trouxe um enorme respeito e solidariedade por todas e todos os que históricamente tiveram que se adaptar para a sociedade pudesse aceitá-los. E a luta de surdas e surdos vai muito ao encontro de tudo que sempre acreditei.
   A luta desta comunidade pela sua identidade, por ser sujeito da sua história e não apenas por não ser o que é "normal", por ser falta. São uma comunidade com identidade e luta própria, com organização e exigências de tudo que é necessário não para serem aceitos, mas para fazer parte da sociedade sem essa visão de caridade dos ouvintes.
   Ter a sua LÍNGUA aceita como oficial no país que por cerca de um século proibiu sua forma de cominicação é um ganho gigantesco. Ter garantido por lei e por decreto o ensino de sua língua aos futuros e futuras professoras é, sem dúvida, um ganho enorme. ENTRETANTO, esse ensino - uma disciplina por graduação - é insuficiente. Temos que refletir sobre a inclusão e o quanto estamos excluindo aquelas e aqueles alunos que deveríamos ensinar, mas que não somos verdadeiramente preparados a isso. Acho que deveríamos - todos que se pretendem professores - tornarmos bilíngues,  não só por facilitar em algum aspecto nossa vida (como no exemplo da prof de conversa a distância mesmo para quem é ouvinte), mas por saber que  poderemos receber alunos surdos em nossas salas. Por mais que seja exigência da comunidade surda, nem sempre será possível estabelecer as escolas específicas e o que faremos nesse momento? Nem apoiadores para alfabetização temos nas escolas - e deveria ser obrigatório depois do PNAIC - muitas vezes temos turmas com mais de 30 alunos, mesmo com alunos de inclusão. Quem garantirá - ou mesmo cogitará a possibilidade - interpretes em sala de aula?


  Mas retomando o ENE. Uma das melhores experiências, e sobre o que falei no início desta postagem, foi que tínhamos intérpretes e elas foram extremamente ativas durante o evento. Foi um encontro, ou a etapa regional do encontro,  que discutiu muitos aspectos da educação e nos mostrou na prática um dos aspectos que tanto nos preocupa cotidianamente.

Intérprete de LIBRAS durante o ENE