Link para o questionário para pesquisa sobre o racismo a partir das atividades de Seminário VI
https://docs.google.com/forms/d/1SwzCJunvQrkQFAKYgsJlE_kC6mpGtkPWviaetee0btk/edit
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domingo, 3 de dezembro de 2017
Quem é o verdadeiro deficiente?
Vídeo incrível, curtinho, sobre o que realmente é ser deficiente e como nossos apriorismos devem ser sempre repensados. A sociedade que não é inclusiva e exclui o que é "diferente", precisa se repensar e notar que o problema é a exclusão, não sermos diferentes uns dos outros. Como diria Rosa Luxemburgo, "Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Noventa dias de greve
Foram até agora quase 90 dias de greve, da sexta greve desde 2015. Tenho muitas dificuldades em realizar as atividades em época de greve porque minha vida vira uma loucura. Vou tentar resolver isso nos próximos dias, mas sinto que talvez não consiga e terei que arcar com as consequências de mais uma graduação abandonada por não dar conta.
Pra além disso, greve é sempre um aprendizado muito grande. Queria muito, muito mesmo, estar em sala de aula, mas como olhar para meus alunos e dizer que a educação é uma saída quando nem estou recebendo o salário? Como dizer pra eles lutarem por um futuro melhor, quando eu não o faço? Ser professora e estar na luta nos ensina que a educação não é uma simples repetição de conceitos, é fazer da aprendizagem uma arma pra mudar nossas vidas e pensar a sociedade. É aprender e ensinar como fazer tudo coletivamente e com muita solidariedade
Pra além disso, greve é sempre um aprendizado muito grande. Queria muito, muito mesmo, estar em sala de aula, mas como olhar para meus alunos e dizer que a educação é uma saída quando nem estou recebendo o salário? Como dizer pra eles lutarem por um futuro melhor, quando eu não o faço? Ser professora e estar na luta nos ensina que a educação não é uma simples repetição de conceitos, é fazer da aprendizagem uma arma pra mudar nossas vidas e pensar a sociedade. É aprender e ensinar como fazer tudo coletivamente e com muita solidariedade
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Povo que não tem virtude, acaba por ESCRAVIZAR
Iniciei uma postagem quarta-feira da semana passada e acabei a perdendo... Falava sobre a hipocrisia de se comemorar um folclore, criado no meio do Século XX como se fosse a história do estado. Sobre como celebram as suas "façanhas", ignorando que a principal herança foi uma sociedade que persiste quase tão racista como na época da escravidão. Fico com o movimento negro que canta a versão correta do que deveria ser o hino rio-grandense e afirmo que, povo que não tem virtude, acaba por escravizar.
Deixo também, e lembrarei, sim, todos os anos deste documentário
Deixo também, e lembrarei, sim, todos os anos deste documentário
terça-feira, 29 de agosto de 2017
O papel da professora e do professor
Tenho pensado muito sobre qual é o papel do/a professor/a. Muito por conta das provocações e do que temos analisado a cerca do que é ser professora ou professor reflexivo, mas também pelo que observo em sala de aula e o que não observo também (o caso relatado na postagem "e avida segue?", infelizmente, foi só um dos que tivemos que lidar). A reflexão sobre o papel docente também está bastante em discussão por conta da famigerada lei da mordaça e ontem, em uma formação para professoras que atuam na biblioteca, assisti ao vídeo de uma fala do Rubem Alves que vem muito ao encontro do que tenho pensado. Concordo quando ele diz que os conhecimentos estão nos livros e na internet, nosso papel é muito maior do que apenas seguir uma lista de conteúdos. Ontem também foi a etapa de atletismo dos CECA (competições Escolares Canoenses) e vimos alunos que são vistos como agitados, sem limites e sem disciplina conseguiram ficar em 1º lugar sem a menor estrutura para treinamento. Eles se dedicaram e foram vitoriosos. Com isso quero dizer que um aluno que desrespensinar a codificar e decoita os e as professoras devem ganhar prêmios? (porque, sim, eu ouvi isso na escola) Óbvio que não, mas se entendermos como motivar nossos alunos e que educação é muito mais do que decorar conteúdos, estaremos fadados a lidar com o fracasso escolar.
sábado, 15 de julho de 2017
...
Sei que estou sendo infantil e jurei nunca mais publicar aqui nada referente á esta maldita interdisciplina, mas...
EU ODEIO PPA
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Só não desisti do curso por causa dela, porque não quis fazer isso com a minha dupla.
Conseguiram me fazer nunca mais querer trabalhar com projeto de aprendizagem.
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Só não desisti do curso por causa dela, porque não quis fazer isso com a minha dupla.
Conseguiram me fazer nunca mais querer trabalhar com projeto de aprendizagem.
sexta-feira, 14 de julho de 2017
professor-reflexivo
“A auto-reflexão é intuição e emancipação, compreensão e libertação de dependências dogmáticas. O dogmatismo que desfaz a razão é falsa consciência. O dogmático vive disperso, sujeito dependente, determinado pelos objectos, tendo concedido a si próprio tornar-se uma coisa.”
Ser reflexivo é o exato oposto de ser dogmático. Ser dogmático é achar que o que se diz ou o que algum teórico disse é lei e não pode ser modificado ou revisto. Ouvimos mutas vezes que "eu sempre fiz assim" ou "faço dessa mesma forma há 20 anos". Para algumas atividades isso pode estar correto, mas ao sermos professoras, com alunos, turmas e anos diferentes, não refletir sobre nosso fazer docente é ficar parado no tempo e não contribuir, ao menos não tanto quanto poderia, no processo de ensino-aprendizagem. Parafraseei Lênin na atividade no moodle ao dizer que "não há teoria da educação sem a prática educativa e não há (ou não deveria) prática educativa sem a reflexão sobre a teoria". E também afirmei que "a relação entre teoria e práxis precisa ser dialética, uma construindo a outra. Testar a teoria na realidade e a partir dela refletir, confirmar ou refutar e reiniciar em análise constante."
e a vida segue?
Não sabia onde escrever sobre isso... Sabia que precisava escrever para "pôr pra fora", mas não quero fazer isso no facebook e ainda não consigo conversar com ninguém sobre. Uma ex-aluna, ainda aluna escola, havia sumido na sexta-feira passada. Os comentários das e dos colegas eram os mais tenebrosos possíveis ignorando o que a gente que tinha contato direto com ela poderíamos estar sentindo. Na segunda-feira descobri que ela havia voltado para casa, mas não tínhamos mais informações. Hoje descobri que ela faltou a aula para se encontrar como um homem mais velho e ao chegar na casa dele descobriu que lá havia um amigo dele. Os dois barbarizaram a menina e há relatos de havia uma mulher na casa que aumentava o áudio para os vizinhos não ouvirem os gritos dela. Desde que ouvi essa história mais cedo estou em estado de choque, Parece que tudo é um filme horrível e que eu não consigo lidar. Dói pensar nela, no que ela passou e em saber que, mesmo dentro da escola, ela sofrerá julgamentos de quem acredita que ela procurou por uma situação dessas. Não estou conseguindo lidar com isso e pensar que eu devo ignorar tudo pra fazer as tarefas está me sufocando. Sei que foi irresponsabilidade minha deixar tudo pra última hora, mas saber que "a vida continua", mesmo depois do que fizeram com ela está me dilacerando. Quero gritar, bater, procurar ela e acolher por ter passado por tudo isso, mas o sentimento de impotência é muito maior do que qualquer outro. Como viver em um mundo em que isso acontece todos os dias o tempo todo? Que enquanto escrevo isso tem outra mulher passando por isso também? Não quero mais pensar sobre isso, não quero mais pensar sobre nada... Como que alguém pode dizer que a gente não pode trazer os problemas da escola pra casa?
Mas vamos lá, "vida que segue" e tem tarefas para fazer
Mas vamos lá, "vida que segue" e tem tarefas para fazer
quinta-feira, 13 de julho de 2017
A educação não muda o mundo, a educação muda as pessoas, as pessoas mudam o mundo
Citar Paulo Freire é um clichê, mas se as pessoas parassem realmente para prestar atenção no que ele disse talvez tivéssemos alunos mais críticos e professores mais conscientes.
No texto Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática: sistemas de ensino, órgãos deliberativos e executivos, regime de colaboração, programas, projetos e ações, apresentado na interdisciplina Organização e gestão da educação, é possível ler que
A escola, enquanto instituição social, é parte constituinte e constitutiva da sociedade na qual está inserida. Assim, estando a sociedade organizada sob o modo de produção capitalista, a escola, enquanto instância dessa sociedade contribui tanto para a manutenção desse modo de produção, como também para a sua superação, tendo em vista que é constituída por relações sociais contraditórias.
Ou seja, nosso papel como educador. seja na sala de aula, equipe pedagógica ou diretiva, tem o poder de colaborar com a manutenção da sociedade da forma como ela é ou de ajudar a superá-la. Não existe neutralidade no fazer docente, pois defender a aula de forma apenas técnica é optar por manter o status quo e a sociedade como existe. Ainda que não acredite, como na citação que dá título a postagem que a educação sozinha vai mudar o mundo, mas acredito que pode ser ferramenta importante na mudança que me parece necessária.
Conselho Escolar, Gestão democrática e realidade
Ao ler a introdução à uma atividade de uma das interdisciplinas de gestão encontramos isso:
"O Conselho Escolar é um dos mecanismos presentes na escola, que contribuem para a efetivação da democracia nas unidades de ensino. Este modelo de gestão implica novos modelos de organização, baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão.
É fator determinante para uma efetiva atuação do Conselho Escolar que este seja participativo e transparente em suas ações e procedimentos. Não basta a simples junção de pessoas para se dizer que existe um Conselho Escolar. Ele cria vida e movimento quando existe um processo sistêmico e orgânico, favorecendo o desenvolvimento integral da comunidade escolar, através da participação integral de seus membros.
Os Conselhos Escolares que buscamos são atuantes, com cidadãos críticos e conscientes, que fortaleçam a autonomia da escola.
A democratização da gestão escolar implica o aprendizado e a vivência do exercício de participação e tomadas de decisões.
(...) O Conselho Escolar mobiliza, opina, decide e acompanha a vida pedagógica, administrativa e financeira da escola, exercendo o controle social da educação e desempenhando as seguintes funções: normativa, consultiva, deliberativa, fiscalizadora, mobilizadora e de unidade executora."
Quando fui entrevistar a presidente do meu conselho escolar as respostas delas ("Fui escolhida para participar do conselho..."; "...acho que mais ativa seria melhor mais reuniões, mais participações." E não respondeu quem são os outros membros do conselho, nem qual o papel do Conselho Escolar na elaboração do PPP) me fez me dar conta que, sim, nós temos um conselho muito mais participativo do que já tivemos e mais do que muitas escolas têm, que há transparência na arrecadação e nas ações da gestão, mas estamos há anos luz de poder dizer que temos uma gestão democrática. Não foram os pais, alunos e professores mobilizados que formaram uma chapa pro chapa pro conselho, foi a direção que cumpriu a regra de ter que ter o órgão e arrecadou algumas pessoas pra assinar e uma mãe de aluno que é sua amiga pra ser a presidenta. E sei que não foi por querer fazer dessa forma, mas que também tem relação com a falta de participação das famílias na escola. Mas essa participação é uma cultura a ser construída. Se pais só são chamados para saber os resultados ou em festas, se os alunos só estão na escola pra assistir a aula sem questionar, se os professores devem apenas ministrar essas aulas e funcionários devem só limpar/cozinhar/fazer os trabalhos administrativos, obviamente tudo recai sobre a direção. Acredito que, se estimulados, o conselho poderia, como deve, cumprir um papel fundamental e nós temos a experiência disso por ter sido realizada uma reunião em conjunto em que as pessoas do conselho e do CPM saíram bastante empoderados e tomando a frente em atividades. Estamos engatinhando, mas espero que a caminho de mais participação e democracia.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
citações/frustrações
"Observando os conceitos acima, notamos que termos como controle, produtividade e eficiência,
característicos do modo de produção capitalista, estão presentes neles. No entanto, a
administração enquanto atividade essencialmente humana precede a organização da sociedade
sob a ótica capitalista"
"A escola é uma instituição social dotada de especificidades e, como tal, sua administração deve ser
diferenciada da administração empresarial. A natureza do processo pedagógico da escola
impossibilita a generalização do modo de produção autenticamente capitalista, uma vez que o
estudante é, ao mesmo tempo, objeto (beneficiário, estando presente no ato da produção) e
sujeito do ato educativo, já que participa ativamente da atividade pedagógica"
" Fiori (2014) desacomoda-nos ao afirmar que a educação, se não for conscientizadora, não é educação."
Não lembro porque essas frases estavam salvas. (as duas primeiras. A terceira foi o motivo de eu ter vindo escreve e encontrar elas em rascunho). Mas fiquei pensando sobre o que algumas colegas disseram na última aula. Há textos incríveis que queremos aproveitar. Ler e reler para conseguir tirar o melhor deles, mas não dá. Temos tempo, prazo, etc. Não que eu seja um exemplo de cumpridora de prazos - isso me sufoca - mas entendendo que a aprendizagem é processo me incomoda a "produtividade". Não, não quero que não exista prazos, talvez esse texto seja só mais uma expressão da minha constante frustração - comigo, com prazos, com-aquela-interdisciplina-que-ão-quero-nomear, com ter que dar conta de 40h, militância e 20h pra estudar, reformas passando - mas tenho me sentido sufocada e exausta - de tudo.
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Sobre mediação de conflitos ideológicos e os de natureza técnico-pedagógica ou sobre reflexões ao responder às perguntas
Respondendo algumas questões de Organização do Ensino fundamental me deparei com essa pergunta:
Como mediar os conflitos ideológicos e os de natureza técnico-pedagógica (diferentes concepções de educação, de conhecimento, de avaliação...) que costumam emergir ao longo do processo de elaboração do PPP e do Regimento Escolar?
Minha resposta:
Ainda que a democracia deva prevalecer e o debate deva ser feito entre todos e todas, há uma necessidade de se orientar teoricamente essa construção. Acredito que no debate de ideias é possível chegar a uma síntese do que for debatido e que essa construção é processo. Não se mudará da noite para o dia e nem se partirá do zero. É preciso que se estude, se elabore e se apresente suas propostas para que não seja um imposição e nem que não se resolva os conflitos.
Mas fiquei pensando "e se tiver alguns ou alguns pais adeptos a escola com Mordaça, como conciliar?". Não que eu ache que quem quer a educação com uma mordaça queira conciliar algo ou com alguém, mas também observo que o nome Escola Sem Partido pode agradar aos olhos mais (numa falta de palavra melhor ou até que outra me ocorra), inocentes. Porque a escola sem partido nada mais é do que a escola de um partido só. Mas não é essa a discussão e sim como construir essa escola e mediar conflitos com pais, colegas e alunos que queiram cercear o direito ao combate ao preconceito e que a escol se mantenha apenas tecnicista? Como disse acima, é um processo. Árduo e que pode ser doloroso, mas que é necessário. Ainda tenho que refletir muito mais sobre a questão, mas foi importante pra mim que ela surgisse para me tirar do conforto do que é realmente democrático e da resposta pronta que diz que todos darão a mão e construíram de forma harmônica e quase lúdica a escola que queremos...
reflexões sobre os vídeos da professora Ilma Passos Alencastro Veiga
Estava assistindo os vídeos da professora Ilma Passos Alencastro Veiga (Pós-Doutora em Educação) sobre a construção do Projeto Político Pedagógico para a interdisciplina Organização Do Ensino Fundamental e foi impossível não refletir sobre os seguintes aspectos:
"A educação é um ato político." Não há como concordar mais com uma afirmação. Tenho falado bastante sobre ser professor e luar, mas da perspectiva pra fora da escola. Lutar por melhores condições de trabalho e aprendizagem. Mas essa afirmação também deve ser, e venho pensado bastante nisso por causa das disciplinas de gestão, pra dentro da escola e, principalmente, pra dentro da sala de aula. Como que conseguimos ter a gestão democrática e a educação como prática emancipadora pra além do discurso e da vontade. Como dar realmente o protagonismo para o nosso aluno não só nos interesses e aprendizagens, mas que eles e elas se percebam enquanto agentes capazes de provocar mudanças naquilo que acreditam ser importante?
"Não há como separar o político do pedagógico" Indo ao encontro do que estava falando antes. O fazer pedagógico é politico. Se eu opto por ser um professor apenas "técnico" e que não instigue a reflexão é um ato político. Eu decidir ser o contrário disso, que leve eles a refletir independente da disciplina em que atue, também é. Lembrando de uma aula que eu falei sobre alunos críticos e uma das professoras disse algo como "mas nós que trabalhamos com os anos iniciais e educação infantil...". Não quis corrigi-la e dizer que eu também trabalho com anos iniciais do ensino fundamental e acho que desde sempre podemos trabalhar com a criticidade desses e dassas alunas. Respeitando idades e desenvolvimento, mas mesmo o fato de incentivarmos a que sejam independentes e que tomem as decisões que possam parecer mais triviais ajuda nessa criticidade. Não depender do outro para o que precisa, mas também ter a ciência de respeitar esses outros e de que pode se pedir ajuda.
Projeto - quem faz parte, cria, executa e avalia. Fazer parte Momento bastante oportuno pra ler/refletir sobre esse assunto. Fomos chamados, a minha escola, a uma reunião para debater sobre o SAERS ( Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul) e descobrimos que nosso índice é baixo, sendo um dos motivos a taxa alta de reprovação. A direção chamou o Conselho Escolar, professores, funcionários e CPM pra debater saídas e também outros assuntos que já estavam na pauta da reunião que estava marcada. Não pude comparecer, pois estava em plena eleição do sindicato, mas o que tenho visto no último período apenas reforçou o que é falado no vídeo: o aluno - membro do conselho escolar - que estava presente se empoderou muito e passou a refletir sobre o que ouviu e a interferir e refletir junto com os colegas sobre assuntos da escola. Deixou de ser "a diretora ou uma das professoras veio aqui e falou" para "eu estava presente na reunião em que decidimos". Isso faz com que a discussão ganhe um nível muito maior e que as pessoas, de fato, se sintam parte e ajam de forma diferente do que aquele afastamento que é muitas vezes corriqueiro.
Avaliação externa - produto - não leva em consideração as condições de trabalho Avaliar externamente com provas como o ANA, com o SAERS, etc pode parecer que faz sentido pela necessidade de averiguar a qualidade dos estabelecimentos de ensino. Mas essas avaliações são quantitativas. Utilizam um recorte pra tentar entender como funciona a educação e isso está errado. Tem, por exemplo, nível alto de reprovação e isso é ruim, ok. Mas que suporte temos na escola para combater a evasão, as dificuldades de aprendizagem, as deficiências na aprendizagem que se acumulam ao longo dos anos? Precisamos de uma avaliação. Uma que analise as especificidades, onde precisa de suporte e como lidar com os problemas. Nõ simplesmente dar uma nota e um prazo de um semana para que a escola faça um plano e aplique pra que "todos os seus problemas sejam resolvidos"
"A educação é um ato político." Não há como concordar mais com uma afirmação. Tenho falado bastante sobre ser professor e luar, mas da perspectiva pra fora da escola. Lutar por melhores condições de trabalho e aprendizagem. Mas essa afirmação também deve ser, e venho pensado bastante nisso por causa das disciplinas de gestão, pra dentro da escola e, principalmente, pra dentro da sala de aula. Como que conseguimos ter a gestão democrática e a educação como prática emancipadora pra além do discurso e da vontade. Como dar realmente o protagonismo para o nosso aluno não só nos interesses e aprendizagens, mas que eles e elas se percebam enquanto agentes capazes de provocar mudanças naquilo que acreditam ser importante?
"Não há como separar o político do pedagógico" Indo ao encontro do que estava falando antes. O fazer pedagógico é politico. Se eu opto por ser um professor apenas "técnico" e que não instigue a reflexão é um ato político. Eu decidir ser o contrário disso, que leve eles a refletir independente da disciplina em que atue, também é. Lembrando de uma aula que eu falei sobre alunos críticos e uma das professoras disse algo como "mas nós que trabalhamos com os anos iniciais e educação infantil...". Não quis corrigi-la e dizer que eu também trabalho com anos iniciais do ensino fundamental e acho que desde sempre podemos trabalhar com a criticidade desses e dassas alunas. Respeitando idades e desenvolvimento, mas mesmo o fato de incentivarmos a que sejam independentes e que tomem as decisões que possam parecer mais triviais ajuda nessa criticidade. Não depender do outro para o que precisa, mas também ter a ciência de respeitar esses outros e de que pode se pedir ajuda.
Projeto - quem faz parte, cria, executa e avalia. Fazer parte Momento bastante oportuno pra ler/refletir sobre esse assunto. Fomos chamados, a minha escola, a uma reunião para debater sobre o SAERS ( Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul) e descobrimos que nosso índice é baixo, sendo um dos motivos a taxa alta de reprovação. A direção chamou o Conselho Escolar, professores, funcionários e CPM pra debater saídas e também outros assuntos que já estavam na pauta da reunião que estava marcada. Não pude comparecer, pois estava em plena eleição do sindicato, mas o que tenho visto no último período apenas reforçou o que é falado no vídeo: o aluno - membro do conselho escolar - que estava presente se empoderou muito e passou a refletir sobre o que ouviu e a interferir e refletir junto com os colegas sobre assuntos da escola. Deixou de ser "a diretora ou uma das professoras veio aqui e falou" para "eu estava presente na reunião em que decidimos". Isso faz com que a discussão ganhe um nível muito maior e que as pessoas, de fato, se sintam parte e ajam de forma diferente do que aquele afastamento que é muitas vezes corriqueiro.
Avaliação externa - produto - não leva em consideração as condições de trabalho Avaliar externamente com provas como o ANA, com o SAERS, etc pode parecer que faz sentido pela necessidade de averiguar a qualidade dos estabelecimentos de ensino. Mas essas avaliações são quantitativas. Utilizam um recorte pra tentar entender como funciona a educação e isso está errado. Tem, por exemplo, nível alto de reprovação e isso é ruim, ok. Mas que suporte temos na escola para combater a evasão, as dificuldades de aprendizagem, as deficiências na aprendizagem que se acumulam ao longo dos anos? Precisamos de uma avaliação. Uma que analise as especificidades, onde precisa de suporte e como lidar com os problemas. Nõ simplesmente dar uma nota e um prazo de um semana para que a escola faça um plano e aplique pra que "todos os seus problemas sejam resolvidos"
domingo, 28 de maio de 2017
Que texto horrível!!!¹
Uma das principais discussões daqueles que defendem o famigerado "Escola sem partido", também conhecido como "Escola com Mordaça", é o que definem como ideologia de gênero. Segundo essas pessoas, ao falarmos em respeito e fim da opressão às mulheres e aos LGBTs, estaríamos criando uma ideologia e querendo, em última instância, que todos e todas façam parte da comunidade LGBT.
Como já faz parte do senso comum, a educação está sempre em crise e não é fácil ser professora. Tenho 40 horas no estado e ainda não possuo a graduação completa, então recebo pouco (e parcelado). Pensando nisso decidi fazer o concurso para Prefeitura Municipal de Alvorada.
Quem está lendo este texto pode pensar que enlouqueci e estou falando de duas coisas completamente diferentes e que não faria sentido. Calma, explico.
Ao iniciar a prova (40 questões - 15 de português) me deparo com o seguinte texto: "Educação começa em casa". Inicialmente, apenas a partir do título, não vi maiores problemas, mas iniciei a leitura...
"...Quem não gosta de um homem fino, bem-educado, que abre a porta do carro para sua namorada ou esposa, que tem a delicadeza de presentear-lhe com rosas, puxar a cadeira para ela se sentar? O famoso “gentleman”, tão raro hoje em dia, que na sua masculinidade consegue permanecer com conceitos que não o comprometem nesse sentido, tornando-o o homem mais desejado"
A suposta "ideologia de gênero" é quando falo em respeito e igualdade de condições? Mas ressaltar o discurso machista de que as mulheres precisam de um homem para conseguir fazer/ter as coisas não é ideologia de gênero? Concordo muito que todos tenhamos que ser gentis e educados com as outras pessoas (não por esperar "algo" dessas pessoas, mas por vivermos em sociedade). Cavalheirismo ou ser gentleman é algo bem diferente de gentileza desinteressada.
"que não somos animais para recebermos tratamento como se o fôssemos
Bom... Nem sei como argumentar com essa frase. Sim somos animais, aliás, "Os Humanos também pertencem ao grupo dos animais mamíferos (ordem dos Primatas)"². Compreendo o que a autora quis dizer sobre não sermos tratados/não agirmos como seres irracionais, mas este é um texto usado para prova em concurso. A banca não encontrou qualquer outro texto melhor escrito? Sério? Indescritível o sentimento de realizar uma prova para o magistério municipal e me deparar com esse tipo de informação.
O que mais me preocupa não é exatamente o texto (apesar de tê-lo achado horrível), mas o fato de qual professores e professoras está sendo procurado ao elaborar desta forma a prova. Acho que vou tatuar na testa a frase "a crise na educação não é crise, é projeto"
¹ Frase que escrevi ao lado do texto enquanto fazia a prova
²http://www.todabiologia.com/zoologia/animais_mamiferos.htm
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Continua sendo difícil, mas melhorou
Fiz uma postagem um tanto dura há alguns dias criticando uma interdisciplina. Não me arrependo de ter escrito ( ainda mais porque algumas colegas leram e concordaram de forma bastante contundente, mesmo que não queiram se expor), mas também reflito que ela foi feita em momento de desespero (se não fosse minha irmã e a tutora eu teria surtado) e que a aula dessa semana tenha me acalmado bastante.
Entendi muito do que não havia entendido e fiquei tentando lembrar se eu não tinha prestado atenção ou se realmente não havia sido explicado daquela forma para gente. Talvez um pouco de cada,mas tenho me sentido mais confiante. Pela primeira vez desde que iniciei o curso estou com as atividades em dia e estudando com regularidade. Tenho me organizado mais e conseguido dar conta. Espero terminar o semestre (e o curso assim, mas sei que será uma tarefa difícil, ainda que tenha provado que não é impossível)
Entendi muito do que não havia entendido e fiquei tentando lembrar se eu não tinha prestado atenção ou se realmente não havia sido explicado daquela forma para gente. Talvez um pouco de cada,mas tenho me sentido mais confiante. Pela primeira vez desde que iniciei o curso estou com as atividades em dia e estudando com regularidade. Tenho me organizado mais e conseguido dar conta. Espero terminar o semestre (e o curso assim, mas sei que será uma tarefa difícil, ainda que tenha provado que não é impossível)
Gestão democrática
Estava lendo o texto sobre gestão democrática para realizar atividade da interdisciplina "Organização Do Ensino Fundamental" e como disse na atividade
"Engraçado vir responder isso hoje, pois vi minha diretora rir da expressão "gestão democrática". Entendo ela estar irritada pela CRE estar obrigando a mudar o calendário da escola, mesmo que pela lei de gestão democrática a escola teria autonomia. Mas a risada foi porque a supervisora precisava da ata do conselho escolar que teria debatido este mesmo calendário e essa ata não exatamente de uma reunião".
Temos lidado com uma Secretaria da Educação e uma Coordenadoria cada vez mais antidemocrática e isso vem se refletindo nas salas de aula. Em Porto Alegre um professor foi posto à disposição de sua escola por trabalhar sobre a Ditadura Militar. Sabemos de muitos casos em que os professores são afastados de suas escolas por perseguição política, mas normalmente essas perseguições são veladas e escondidas (ano passado foram inventadas 3 atas contra um professor sem que ele tenha assinado nenhuma delas depois que ele apoiou a ocupação da sua escola). O diferencial desse caso é que ele foi oficialmente, constando em sua ata de afastamento, tirado da escola por estudar a ditadura. Ele é professor de história, se não der aula da história do que dará?
Outros exemplos são de as CREs irem até às escolas grevistas procurarem qualquer infração perdoada em outras para poder puni-las, obrigas às direções a punir os professores grevistas, orientar a descontar pontos de quem está em estágio probatório, etc.
Vivemos em época de leis da mordaça, de perseguição política de professores, de tentativa de controle ideológico das salas de aulas por gestores, por vereadores e famílias. Falar em gestão democrática agora não só é importante, como é fundamental!
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Avaliação mediadora. Reunião/ formação pedagógica
Tive, na minha escola, uma reunião pedagógica que discutiu em cima do livro "avaliação mediadora" da Jussara Hoffmann. Essa reunião/Formação ocorreu porque nos foi imposto uma nova forma de trabalho e Avaliação em que os alunos passam a receber conceitos e não notas. E no 4° e 5° ano um conceito globalizado. Entretanto, independente do motivo que levou a fazermos essa discussão, acredito que ela tenha sido muito proveitosa.
No vídeo (um resumo do livro preparatório para concurso) foi debatido as diferenças entre
Ensino tradicional -em que a avaliação se centra nas notas e boletins que promove uma cera seletividade e causa a reprovação. Essa reprovação causa evasão escolar. A avaliação é vista como um enunciado que comprovaria resultados). Aluno condicionado a "tirar nota' 5 ou 6, não precisa se desenvolver mais do que isso. Memoriza, é obediente e passivo;
Promoção automática - e é feita a reflexão de que se antes era realizada a penas as provas finais para conseguir resultados, agora nem essa prova é feita. Jussara faz, segundo o vídeo, a ponderação de que a avaliação é feita mesmo que o/a aluno/a não possa ser reprovado.
Avaliação mediadora - Busca o máximo desenvolvimento possível. Busca a aprendizagem, que os e as alunas compreendam, participem e questionem. Avaliação como processo em que percebe-se o ponto de partida no que o aluno ainda não aprendeu. Seriam princípios dessa avaliação: (1) oportunizar muitos momentos de apresentar suas ideias; (2)Oportunizar discussão a partir de situações desencadeadoras; (3) Realizar várias atividades individuais; (4) ao invés do certou ou errado fazer comentários dizendo onde errou para ajudar; (4) transformar os registros em avaliações significativas.
Decidi fazer este relato para poder esquematizar o que vimos e ter que retomar os conceitos para escrever a postagem e por achar que faz sentido com o que temos estudado. O debate foi rico e ajudou a dar continuidade à discussão que temos feito na escola.
Por outro lado, tive algumas críticas ao vídeo por centrar que o problema da avaliação seria o professor, a escola e a equipe por não dar conta de uma avaliação diferenciada. Mas se levarmos em consideração que estamos tendo que nos adaptar (e mesmo que já fosse ideia da nova supervisora mudarmos a forma de avaliar) por estarmos sendo obrigada a mudar toda a forma que avaliamos nossos alunos, é vazia a crítica apenas aos professores e equipe, pois não temos autonomia para debatermos nem nosso calendário de aulas (mesmo que no estado tenhamos a lei de gestão democrática, CREs e SEDUC não respeitam) imagina nossa avaliação...
A principal conclusão que chegamos foi que é difícil mudar a estrutura da avaliação que sempre fizemos e mudar muito mais por nossos alunos do que por uma cobrança externa.
No vídeo (um resumo do livro preparatório para concurso) foi debatido as diferenças entre
Ensino tradicional -em que a avaliação se centra nas notas e boletins que promove uma cera seletividade e causa a reprovação. Essa reprovação causa evasão escolar. A avaliação é vista como um enunciado que comprovaria resultados). Aluno condicionado a "tirar nota' 5 ou 6, não precisa se desenvolver mais do que isso. Memoriza, é obediente e passivo;
Promoção automática - e é feita a reflexão de que se antes era realizada a penas as provas finais para conseguir resultados, agora nem essa prova é feita. Jussara faz, segundo o vídeo, a ponderação de que a avaliação é feita mesmo que o/a aluno/a não possa ser reprovado.
Avaliação mediadora - Busca o máximo desenvolvimento possível. Busca a aprendizagem, que os e as alunas compreendam, participem e questionem. Avaliação como processo em que percebe-se o ponto de partida no que o aluno ainda não aprendeu. Seriam princípios dessa avaliação: (1) oportunizar muitos momentos de apresentar suas ideias; (2)Oportunizar discussão a partir de situações desencadeadoras; (3) Realizar várias atividades individuais; (4) ao invés do certou ou errado fazer comentários dizendo onde errou para ajudar; (4) transformar os registros em avaliações significativas.
Decidi fazer este relato para poder esquematizar o que vimos e ter que retomar os conceitos para escrever a postagem e por achar que faz sentido com o que temos estudado. O debate foi rico e ajudou a dar continuidade à discussão que temos feito na escola.
Por outro lado, tive algumas críticas ao vídeo por centrar que o problema da avaliação seria o professor, a escola e a equipe por não dar conta de uma avaliação diferenciada. Mas se levarmos em consideração que estamos tendo que nos adaptar (e mesmo que já fosse ideia da nova supervisora mudarmos a forma de avaliar) por estarmos sendo obrigada a mudar toda a forma que avaliamos nossos alunos, é vazia a crítica apenas aos professores e equipe, pois não temos autonomia para debatermos nem nosso calendário de aulas (mesmo que no estado tenhamos a lei de gestão democrática, CREs e SEDUC não respeitam) imagina nossa avaliação...
A principal conclusão que chegamos foi que é difícil mudar a estrutura da avaliação que sempre fizemos e mudar muito mais por nossos alunos do que por uma cobrança externa.
Sei que não sou boa aluna, mas essa interdisciplina está fazendo me sentir burra
Todos temos dificuldades com algumas disciplinas. Isso não é só comum como normal, mas nunca imaginei que ficaria irritada com uma interdisciplina como estou com Projeto Pedagógico em Ação. Não só porque o nome não tem absolutamente nada a ver com o conteúdo (e se tem relação, faltou ser explicada. Aliás, como tudo na interdisciplina). Mal entendemos o que são projetos de aprendizagens e querem que a gente faça em conjunto, com turmas diferentes. E pra fazer o mesmo projeto com toda a turma? E pra fazer o mesmo projeto com todas as turmas? Não sei. Até isso é confuso no trabalho (sim, estou fazendo as atividades atrasadas. Mas aí olho no grupo do whatsapp da turma e muitas pessoas dizendo que estão perdidas. Não posso ser só eu). Se a resposta pras perguntas anteriores é sim, eu definitivamente NADA entendi do que significa projetos de aprendizagem. Se é não, então o que é pra fazer? Estou escrevendo tudo isso aqui pra não estourar e ser mal educada com as pessoas. Mas sei que devo procurar a tutora pra falar sobre isso.
Mas Giany, a professora estava semana passada para tirar as dúvidas. Por que não foste até o polo pra falar com ela? Porque as 13h, que foi a hora que foi enviado o e-mail dizendo que ela estaria la, eu estou trabalhando e não posso ver e-mail. Se tivesse sido avisado antes, provavelmente teria ido lá conversar com ela. Em resumo, quarta tem aula avaliativa e eu não tenho ideia do que devo fazer.
Em tempo: Postagem feita em momento de desespero. A tutora Cátia me acalmou e não nos deixou surtar (mais)
Em tempo: Postagem feita em momento de desespero. A tutora Cátia me acalmou e não nos deixou surtar (mais)
domingo, 21 de maio de 2017
BOI e FORMIGUINHA
Analisando minhas postagens reparo no quanto continuo a me boicotar e quebrar as promessas que fiz e faço a mim mesma ao escrever sobre as atividades. Obviamente a maior parte das minhas postagens são descritivas uma vez que tendo as escrever tudo no final do semestre ao invés de fazer as atividades e vir postar. Fazer a análise com outra pessoa foi legal por ter outro ponto de vista sobre aquilo que escrevemos. Consensuamos nas minhas postagens, mas ao refletirmos em conjunto fui percebendo que tendo a achar postagens mais curtas não são reflexivas quando podem ser. Mesmo que não seja uma reflexão aprofundada e precisasse de alguma complementação, são reflexivas. Por outro lado, uma postagem extensa não é necessariamente uma boa postagem apenas pelo seu tamanho Fiquei lembrando dos alunos em processo de alfabetização que não acham que MAR, BOI, LUA, SOL, etc não são palavras por terem apenas 3 letras, mas que acham que FORMIGUINHA não pode significar um animal tão pequeno. Talvez essa postagem seja “uma viagem”, mas se a ideia é refletir, fiquei pensando um tempo sobre isso depois de ter feito a tarefa
Iniciando Organização e Gestão da Educação
Acabo de postar a atividade de uma nova interdisciplina. Nesse trabalho precisei conceituar os seguintes termos a partir da minha experiência DEMOCRACIA, ESTADO,GLOBALIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, NEOLIBERALISMO, POLÍTICA, POLÍTICAS EDUCACIONAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS, PODER, FORÇA, GESTÃO, AUTONOMIA, CIDADANIA, PROCESSOS COLETIVOS E PARTICIPATIVOS.
Minha irmã. que já havia também respondido esse exercício achou que eu adoraria responder. Mas ela estava enganada. Não porque o assunto não seja do meu interesse (grande parte do meu tempo e dos meus interesses se relacionam com esses conceitos), mas justamente por lidar tanto com eles que sei o quanto minhas definições podem ser polêmicas e o quanto já me estressei com professores por não acreditar, por exemplo, que democracia é a penas a representativa; que globalização é um novo nome pra imperialismo ou que cidadão é conceito criado para negar a luta de classes,
Levo muito a sério a frase ¨Ser professor e não lutar é uma contradição pedagógica¨, portanto, alguns desses conceitos fazem parte do meu vocabulário cotidiano. Talvez não com o mesmo significado adotado por algumas teorias, mas para isso deve haver um debate e não a imposição de que um conhecimento - o acadêmico - deveria se sobrepôr a outro - o feito pelos movimentos sociais e políticos.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Tristes, loucas ou más
Ontem à noite estava revisando o trabalho de psicologia da vida adulta em que discutimos a compulsoriedade da maternidade e terminamos discutindo sobre o papel social da mulher nas sociedades. Ontem também fui ao show da maravilhosa Francisco, el hombre que canta a música que dá título a esse post e fiquei pensando muito no tema do trabalho enquanto ouvia esta música. Foi tanta identificação que cheguei em casa coloquei a letra no início do trabalho.
Triste louca ou máSerá qualificadaEla quem recusarSeguir receita tal
A receita culturalDo marido, da famíliaCuida, cuida da rotina
Só mesmo rejeitaBem conhecida receitaQuem não sem doresAceita que tudo deve mudar
Que um homem não te defineSua casa não te defineSua carne não te defineVocê é seu próprio lar
Que um homem não te defineSua casa não te defineSua carne não te define
Ela desatinouDesatou nósVai viver só
Eu não me vejo na palavraFêmea: Alvo de caçaConformada vítima
Prefiro queimar o mapaTraçar de novo a estradaVer cores nas cinzasE a vida reinventar
E um homem não me defineMinha casa não me defineMinha carne não me defineEu sou meu próprio lar
Ela desatinouDesatou nósVai viver só
Em um primeiro momento tal discussão pode não parecer ter relação com o fazer docente. Mas ao perceber que, segundo o censo do professor de 2007, o quadro nacional de professores e professoras da educação básica é formado por mais de 80% de mulheres e que somos os e as adultas que mais convivem com os jovens e das poucas e poucos que conversam e os ouvem, refletir sobre a socialização feminina se demonstra, acima de tudo, necessária. Compreender que as discussões do gênero devem sim perpassar nosso trabalho e que ensinar nossas alunas que não há um lugar (o da casa) delas, ainda que, sim, elas também possam ocupar esse lugar, mas que elas podem transitar e permanecer em diversos outros. Demonstrar que um homem não as define, a casa não as define, sua carne não as define e que elas mesmas são seus próprios lares.É pra isso que eu sou professora. É nessa perspectiva que me vejo como docente e me preparo para melhor trabalhar em sala de aula.
domingo, 5 de março de 2017
reflexões
Lendo um texto pra disciplina sobre o PPP me deparo com esse excerto
E não consegui deixar de concluir que ou as autoras estão incorretas e nem todos - na melhor das hipóteses - têm aprendido sobre esses fracassos, ou Darcy Ribeiro realmente estava certo - o que me parece mais correto - e a crise na educação brasileira não é crise, é projeto
E não consegui deixar de concluir que ou as autoras estão incorretas e nem todos - na melhor das hipóteses - têm aprendido sobre esses fracassos, ou Darcy Ribeiro realmente estava certo - o que me parece mais correto - e a crise na educação brasileira não é crise, é projeto
quarta-feira, 1 de março de 2017
Escola pública, pertencimento e depredação
Sabemos o quanto as escolas públicas tem pouca estrutura e são levadas a um estado às vezes de calamidade por falta de investimento. A escola em que trabalho sofreu muito com o passar do tempo (o prédio mais antigo tem quase 60 anos sem praticamente nenhuma manutenção e o novo já tem rachaduras). Isso se agravou muito com o temporal de 14 de outubro de 2015. Ficamos 2 semanas com a escola fechada, fomos interditadas e trabalhamos um ano com a escola podendo cair nas nossas cabeças. Toda essa situação fez com que a SEDUC no fim do ano passado liberasse a reforma do prédio da frente (que é o mais antigo e sofreu mais com a chuva). Estamos nos preparando para voltar semana que vem para as aulas quando lemos esta postagem hoje publicada pela diretora da escola
"Penso o quanto é difícil lidar com a insegurança nesse estado. Nossa escola toda reformada na frente... quando chegamos nos fundos...ARROMBADA! É triste viu! Além do furto, o vandalismo que fazem!"
No grupo dos professores e das professoras ela afirmou que pouco foi roubado, mas as janelas foram quebradas e o nosso material que estava na sala do professores foi espalhado pela escola. O pior de tudo é a sensação de insegurança e de saber que o alvo não foi financeiro, pois mesmo na sala que foi aberta haviam materiais de valor que não foram roubados. O alvo foi uma escola pública para sua depredação. Fico pensando em um víveo que vi uma vez sobre uma escola numa zona periférica violenta que diminuiu a violência na sua escola e os roubos derrubando deus muros e trazendo a comunidade para dentro. Não que acho que seja - só - responsabilidade nossa o que ocorreu, mas acredito que um espaço em que a comunidade não se sinta pertencente, em que pais são apenas convidados a visitar, que ainda não se adaptou a mudança social do público a que a escola atende tende a se apartar da realidade do seu entorno e as pessoas não se sentem parte dela. Não sei muito como será nossa reação amanhã quando voltarmos, mas tenho mais medo da reação do que do ocorrido.
PPP
Estava assistindo um vídeo para a disciplina Escola, Projeto Pedagógico e Currículo, em que definia o que é PPP foi dito que ele se chama assim, pois
Projeto - pois nos dá a direção no sentido de melhorias e inovações
Político - Porque expressa o compromisso social de formação do cidadão
Pedagógico - define e organiza as ações e os projetos educativos.
No vídeo também é afirmado que "Político e pedagógico são indissociáveis. A dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica". Em tempos de Lei da Mordaça não surpreende que cada vez mais espaços estão tirando o "político" o PPP e o transformando em projeto pedagógico como se uma coisa pudesse ser sem a outra. Não apenas o nome da nossa disciplina, no portal da UFRGS está assim, como vemos isso cada vez mais na escola. Com um argumento incipiente do que seria o político, retiramos o termo sem refletir sobre o que ele realmente representa. Como saber organizar e definir as ações e projetos educativos sem saber qual objetivo, qual pessoa quero formar e par qual sociedade. Bate-se bastante na tecla de que o PPP precisa ser democrático e com a participação de toda comunidade, mas se eu não sei qual meu principal objetivo, qual aluno quero formar, como ser democrático e objetivo?
Projeto - pois nos dá a direção no sentido de melhorias e inovações
Político - Porque expressa o compromisso social de formação do cidadão
Pedagógico - define e organiza as ações e os projetos educativos.
No vídeo também é afirmado que "Político e pedagógico são indissociáveis. A dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica". Em tempos de Lei da Mordaça não surpreende que cada vez mais espaços estão tirando o "político" o PPP e o transformando em projeto pedagógico como se uma coisa pudesse ser sem a outra. Não apenas o nome da nossa disciplina, no portal da UFRGS está assim, como vemos isso cada vez mais na escola. Com um argumento incipiente do que seria o político, retiramos o termo sem refletir sobre o que ele realmente representa. Como saber organizar e definir as ações e projetos educativos sem saber qual objetivo, qual pessoa quero formar e par qual sociedade. Bate-se bastante na tecla de que o PPP precisa ser democrático e com a participação de toda comunidade, mas se eu não sei qual meu principal objetivo, qual aluno quero formar, como ser democrático e objetivo?
Síntese reflexiva
Concluí mais uma síntese reflexiva. Acredito que os processos se complexificarão cada vez mais e que as sínteses tendem a ficar difíceis de serem feitas. Afinal, elas devem ser produtos de uma série de processos, elementos e informações que conforme avançamos no curso, mais complexos ficam. Em mais um momento percebo o erro de negligenciar esse portfólio de aprendizagens e que ele demonstra as limitações que tenho encontrado ao longo do curso.
Ainda tenho uma interdisciplina a concluir, mas ela não entra nas que preciso para o workshop. Vou seguir as atividades dela para poder concluir o semestre, mas venho percebendo minha maior dificuldade em dar conta das atividades.
Ainda tenho uma interdisciplina a concluir, mas ela não entra nas que preciso para o workshop. Vou seguir as atividades dela para poder concluir o semestre, mas venho percebendo minha maior dificuldade em dar conta das atividades.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
"A Crise da Educação no Brasil não é uma Crise, é um Projeto" (2)
(3) Mudanças Impostas pelo Governo Marchezan na educação Municipal de Porto Alegre
Sou professora da Rede Estadual em Canoas, ou seja, não trabalho na rede municipal de Porto Alegre. Mas o ataque desferido àquela rede de ensino não pode ser vista de forma separada do resto. Se no governo federal há a imposição de uma reforma no ensino médio; no estado do RS há uma reforma no ensino fundamental, redução de turmas (inchamento de turmas), enturmação, redução da hora atividade, não cumprimento da hora-atividade para educadores e educadoras de anos iniciais; no governo municipal de PoA faz parte deste projeto de crise na educação.
Como disse, não faço parte da rede municipal e por isso me basearei em quem faz:
Professora de Anos iniciais, pedagoga formada pela UFRGS:
"A rede municipal de Porto Alegre, para quem não sabe, atende a população mais carente da cidade, por estar localizada nas regiões mais periféricas. Sou oriunda da rede estadual e tenho exato um ano de magistério municipal.... Muitos colegas vêem a localização geográfica das escolas municipais como um elemento de demérito e alguns chegam a conclusão que mesmo com a remuneração superior ao estado "não vale a pena", pelos "riscos e incômodo". Pois posso dizer para vocês que no município pude ressignificar minha docência, não porque no Estado já não acreditasse que somente lutando é que poderia ser professora, mas sim porque a rede municipal conta com uma trajetória ainda viva de projeto educacional democrático e também porque conta com uma dignidade maior expressa na condição de trabalho e remuneração. Pois horas de trabalho e remuneração são sim condições fundamentais para a prática educacional de qualidade, não acredito em "aptidão natural" e sei que nossa profissão tem como parte de seu arcabouço teórico muito desse imaginário, quase como se ser professor fosse um "dom natural". Não o é, e estuda-se muito para que possa se alcançar um aprendizado significativo para milhares de estudantes da rede.
A mudança na rotina escolar proposta pelo exc. Prefeito é embasada em projetos já em curso em nosso país, um escola que mais se assemelhará a uma fábrica. Produção em massa, sem tempo para reflexão e projetos que construam a autonomia. Demanda-se tempo para transpor as barreiras impostas pela sociedade desigual que vivemos e que é expressa em muitos de nossos educandos! Demanda-se qualidade de vida para compreender o desafio diário que enfrenta uma escola que em muitas comunidade é o única braço do Estado, depois do braço armado sempre presente na vida de nossos estudantes, muitas vezes para aterrorizar e punir a pobreza do qual esta comunidade mesmo é vítima.
Para sair da posição de vítimas pela retirada cotidiana de direitos, para se enxergar enquanto sujeitos de direitos, não bastam cartilhas, não bastam as refeições diárias (ainda que muito importantes), é preciso abrir espaço para a aprendizagem, é preciso espaço para a construção da "contra-lógica". Ensinar estudantes da periferia, meninos e meninas, em sua maioria negras e negros que são sim portadores de conhecimentos e parte do mundo que assistem pela televisão demanda educadores com tempo para refletir essa contra-lógica, amorosidade para construir e paciência para resistir. A mudança anti-democrática nas escolas do município de Porto Alegre é parte de uma lógica de retiradas de direitos que está em curso em nosso país...
Sou professora da Rede Estadual em Canoas, ou seja, não trabalho na rede municipal de Porto Alegre. Mas o ataque desferido àquela rede de ensino não pode ser vista de forma separada do resto. Se no governo federal há a imposição de uma reforma no ensino médio; no estado do RS há uma reforma no ensino fundamental, redução de turmas (inchamento de turmas), enturmação, redução da hora atividade, não cumprimento da hora-atividade para educadores e educadoras de anos iniciais; no governo municipal de PoA faz parte deste projeto de crise na educação.
Como disse, não faço parte da rede municipal e por isso me basearei em quem faz:
Professora de Anos iniciais, pedagoga formada pela UFRGS:
"A rede municipal de Porto Alegre, para quem não sabe, atende a população mais carente da cidade, por estar localizada nas regiões mais periféricas. Sou oriunda da rede estadual e tenho exato um ano de magistério municipal.... Muitos colegas vêem a localização geográfica das escolas municipais como um elemento de demérito e alguns chegam a conclusão que mesmo com a remuneração superior ao estado "não vale a pena", pelos "riscos e incômodo". Pois posso dizer para vocês que no município pude ressignificar minha docência, não porque no Estado já não acreditasse que somente lutando é que poderia ser professora, mas sim porque a rede municipal conta com uma trajetória ainda viva de projeto educacional democrático e também porque conta com uma dignidade maior expressa na condição de trabalho e remuneração. Pois horas de trabalho e remuneração são sim condições fundamentais para a prática educacional de qualidade, não acredito em "aptidão natural" e sei que nossa profissão tem como parte de seu arcabouço teórico muito desse imaginário, quase como se ser professor fosse um "dom natural". Não o é, e estuda-se muito para que possa se alcançar um aprendizado significativo para milhares de estudantes da rede.
A mudança na rotina escolar proposta pelo exc. Prefeito é embasada em projetos já em curso em nosso país, um escola que mais se assemelhará a uma fábrica. Produção em massa, sem tempo para reflexão e projetos que construam a autonomia. Demanda-se tempo para transpor as barreiras impostas pela sociedade desigual que vivemos e que é expressa em muitos de nossos educandos! Demanda-se qualidade de vida para compreender o desafio diário que enfrenta uma escola que em muitas comunidade é o única braço do Estado, depois do braço armado sempre presente na vida de nossos estudantes, muitas vezes para aterrorizar e punir a pobreza do qual esta comunidade mesmo é vítima.
Para sair da posição de vítimas pela retirada cotidiana de direitos, para se enxergar enquanto sujeitos de direitos, não bastam cartilhas, não bastam as refeições diárias (ainda que muito importantes), é preciso abrir espaço para a aprendizagem, é preciso espaço para a construção da "contra-lógica". Ensinar estudantes da periferia, meninos e meninas, em sua maioria negras e negros que são sim portadores de conhecimentos e parte do mundo que assistem pela televisão demanda educadores com tempo para refletir essa contra-lógica, amorosidade para construir e paciência para resistir. A mudança anti-democrática nas escolas do município de Porto Alegre é parte de uma lógica de retiradas de direitos que está em curso em nosso país...
* Imagem criada por uma escola da rede municipal que explica as mudanças
Em resumo, mais uma vez somos nós os professores os responsabilizados - até porque serão professores e equipes diretivas que terão que responder pelos alunos que ficarão sozinhos por um grande período do tempo - por terem como argumento que "a reforma aumenta o tempo dos alunos com os professores" como se isso aumentasse a qualidade das aulas. Se não tiver estrutura, planejamento e respeito pela comunidade escolar, como que a educação terá qualidade?
"A Crise da Educação no Brasil não é uma Crise, é um Projeto" (1)
Inicio a postagem com uma frase do Darcy Ribeiro falando sobre o PROJETO DE EDUCAÇÃO que as elites tem para a população mais empobrecida para falar sobre 3 assuntos
(1) Reforma do Ensino Médio
Uma reforma que retira dos estudantes as disciplinas como história, geografia, sociologia, artes, filosofia, artes e educação física, ainda mais que aumenta a carga horária, tem um único objetivo: diminuir ainda mais a capacidade crítica dos alunos (que segundo a LDB é um dos objetivos do ensino médio) e criar cada vez mais pessoas reprodutoras de pensamentos que não são seus.
"Mas vai diminuir a evasão e os alunos poderão escolher suas áreas de interesse"
Isso seria verdade se houvesse algum projeto e forma de diminuir a evasão. Levando em consideração que o maior número de evasão naquele nível de ensino se dá por alunos que precisam trabalhar já que "Estudos feitos com dados do IBGE e do MEC [Ministério da Educação] indicam que há grupos em maior risco. São jovens de baixa renda, em sua maioria negros, que trocam com frequência os estudos por um trabalho precário ou que ficam grávidas já na adolescência"¹, a reforma vai agravar ainda mais a situação
Os alunos poderão ainda optar pela área de conhecimento que tenha as disciplinas listadas acima? Sim, mas as redes não são obrigadas a ofertar as áreas. Se hoje já há falta de professores e professores dando aula de disciplinas que não são as suas de formação, isto tende a piorar, pois, com o argumento de que não há professor, secretarias de educação se eximirão da responsabilidade.
Outra questão importante é que, com o "notório saber", somos ainda mais desrespeitados e desvalorizados. Do que adianta um professor ou uma professora se formar e preocupar com a continuidade dos seus estudos se alguém com notório saber poderá assumir as turmas.
¹http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-02/13-milhao-de-jovens-entre-15-e-17-anos-abandonam-escola-diz-estudo
(2) Fim da aposentadoria especial
Muitos acreditam que somos privilegiados por termos a aposentadoria especial, já que pelas regras atuais, para podermos nos aposentar temos de ter 55 anos de idade e 30 de contribuição (homens), e 50 de idade e 25 de contribuição (mulheres). Se a Contrarreforma da Previdência seja aprovada, irá extinguir a aposentadoria especial dos professores e equipara-los às demais categorias profissionais. Ou seja, chegar aos 65 anos de idade em sala de aula para ter direito à aposentadoria e, no mínimo, 25 anos de contribuição. E ainda que atingisse o tempo mínimo, teria de contribuir por 49 anos ininterruptamente para receber 100% da aposentadoria.
Há quem considere a aposentadoria especial como um privilégio. Mas a realidade é que a aposentadoria especial é um direito constitucional garantido aos professores da educação básica por considerar o desgaste só físico, e principalmente, emocional decorrente do trabalho em sala de aula.
Territórios Negros
Porto Alegre tem um projeto incrível chamado Territórios negros. Este projeto "que tem a proposta de valorizar ainda mais a história da população afro-brasileira em Porto Alegre. Trata-se de uma linha de ônibus especial educativa, que oferece aos participantes uma viagem no tempo e na história de Porto Alegre"¹, faz parte de um resgate às memórias e trajetórias negras que são muito esquecidas, em especial no Rio Grande do Sul em que ainda é celebrado um hino que diz "Povo que não tem virtude acaba por ser escravo" e agora corre o risco de ser encerrado. Uma prefeitura que não entende a importância de uma festa como o Carnaval para a economia, história e cultura da cidade, também não parece entender a importância de se ter um projeto que ajuda na autoestima, além de resgatar a história de negras e negros da capital do nosso estado. Desrespeito e desvalorização de tudo que remeta a cultura do povo negro em Porto Alegre, é isso que temos presenciado desde o inicio do ano!
¹Fonte: http://www.carris.com.br/default.php?p_secao=104
¹Fonte: http://www.carris.com.br/default.php?p_secao=104
Nadezhda Krupskaia
Acredito que ser professora é tambêm inspirar. Sou professora por influência de duas grandes professoras (as duas hitoriadoras) e espero algum dia fazer ao menos um pouco do que as duas fizeram por mim. Mas além delas, outras e outros educadores me influenciam e me fazem querer me espelhar. Dia 26 foi o aniversário de uma delas e pra mim, em época de propostas como a Lei da Mordaça, reforma da previdência e a trabalhista, é impossível não relembrar ainda mais dela e dos seus contemporâneos
" E 26 de fevereiro de 1869, nascia Nadezhda Konstantinovna Krupskaia, dirigente revolucionária russa que seria, após a Revolução de 1917, Comisária de Educação.
A leitura de Tolstoi instigou-lhe a visão de justiça, a indignação em face das desigualdades sociais. Por sua influência, buscou conviver com operários e
camponeses para auto-aperfeiçoamento, mas logo se apercebe do quanto isso é
insuficiente.
Ingressou no ensino superior quando, em Petersburgo, abriram-se cursos para mulheres – até então isso não era permitido. Porém, decepciona-se com os temas tratados e com a postura do corpo docente. Ao conhecer o círculo estudantil e participar de algumas reuniões, resolve deixar os cursos e passa a estudar, no círculo, obras de Marx e outros autores. Lê o 1º tomo d’O Capital, aprendendo o caminho revolucionário: a expropriação dos exploradores. Passa, então, a apoiar o movimento operário e suas greves. Aprende mais sobre a vida dos operários fabris quando vai dar aula na escola dominical para
adultos. Ali, sofre (e burla) o controle dos inspetores sobre o programa. Outros marxistas passam a trabalhar nessa escola, ensinando o marxismo sem falar em Marx. Os operários
apresentam facilidades em aprender coisas complexas e alguns passam a frequentar os
círculos estudantis. Krupskaya trabalhou cinco anos nessa escola, até ser presa.
Com a chegada de Lenin a Petersburgo, em 1894, avança o movimento e consolida-
se sua organização, com regularidade das reuniões, produção de material de propaganda, panfletagens e outras atividades clandestinas. Krupskaya e Lenin passam a trabalhar no
mesmo distrito e se tornam muito amigos. Em 1896, ambos são presos, durante atividades
de apoio a uma greve de tecelões. Casam-se no exílio e se mantêm na luta.
Ela criou um sistema educativo público desde os jardins de infância até a educação superior com objectivo de "educar indivíduos integralmente desenvolvidos, com instintos sociais conscientes e organizados, possuidores de uma visão de mundo reflexiva e integra, que tenham clara compreensão de tudo o que ocorre ao seu redor na natureza e na vida social; indivíduos preparados na teoria e prática para todo gênero de trabalho, tanto manual como intelectual, que contribuam para construção de uma vida social razoável, abundante e alegre."
Antes da Revolução, redigiu "A mulher operária" onde refletia sobre as especifidades da opressão patriarcal-capitalista sobre as mulheres. Em 1913, colabora do exterior com a fundação de um jornal legal voltado para a mulher operária da Rússia, o “Rabótniza”. Durante o exílio, Krupskaia participou da organização da III Internacional Comunista e de várias conferências de mulheres, tendo sido, junto com Clara Zetkin, uma das maiores incentivadoras da criação do 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, institucionalizado feriado depois da Revolução, por proposta da deputada Alexandra Kollontai, apoiada entusiasticamente por Krupskaia."
" E 26 de fevereiro de 1869, nascia Nadezhda Konstantinovna Krupskaia, dirigente revolucionária russa que seria, após a Revolução de 1917, Comisária de Educação.
A leitura de Tolstoi instigou-lhe a visão de justiça, a indignação em face das desigualdades sociais. Por sua influência, buscou conviver com operários e
camponeses para auto-aperfeiçoamento, mas logo se apercebe do quanto isso é
insuficiente.
Ingressou no ensino superior quando, em Petersburgo, abriram-se cursos para mulheres – até então isso não era permitido. Porém, decepciona-se com os temas tratados e com a postura do corpo docente. Ao conhecer o círculo estudantil e participar de algumas reuniões, resolve deixar os cursos e passa a estudar, no círculo, obras de Marx e outros autores. Lê o 1º tomo d’O Capital, aprendendo o caminho revolucionário: a expropriação dos exploradores. Passa, então, a apoiar o movimento operário e suas greves. Aprende mais sobre a vida dos operários fabris quando vai dar aula na escola dominical para
adultos. Ali, sofre (e burla) o controle dos inspetores sobre o programa. Outros marxistas passam a trabalhar nessa escola, ensinando o marxismo sem falar em Marx. Os operários
apresentam facilidades em aprender coisas complexas e alguns passam a frequentar os
círculos estudantis. Krupskaya trabalhou cinco anos nessa escola, até ser presa.
Com a chegada de Lenin a Petersburgo, em 1894, avança o movimento e consolida-
se sua organização, com regularidade das reuniões, produção de material de propaganda, panfletagens e outras atividades clandestinas. Krupskaya e Lenin passam a trabalhar no
mesmo distrito e se tornam muito amigos. Em 1896, ambos são presos, durante atividades
de apoio a uma greve de tecelões. Casam-se no exílio e se mantêm na luta.
Ela criou um sistema educativo público desde os jardins de infância até a educação superior com objectivo de "educar indivíduos integralmente desenvolvidos, com instintos sociais conscientes e organizados, possuidores de uma visão de mundo reflexiva e integra, que tenham clara compreensão de tudo o que ocorre ao seu redor na natureza e na vida social; indivíduos preparados na teoria e prática para todo gênero de trabalho, tanto manual como intelectual, que contribuam para construção de uma vida social razoável, abundante e alegre."
Antes da Revolução, redigiu "A mulher operária" onde refletia sobre as especifidades da opressão patriarcal-capitalista sobre as mulheres. Em 1913, colabora do exterior com a fundação de um jornal legal voltado para a mulher operária da Rússia, o “Rabótniza”. Durante o exílio, Krupskaia participou da organização da III Internacional Comunista e de várias conferências de mulheres, tendo sido, junto com Clara Zetkin, uma das maiores incentivadoras da criação do 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, institucionalizado feriado depois da Revolução, por proposta da deputada Alexandra Kollontai, apoiada entusiasticamente por Krupskaia."
Acaboooooooou!
Não, não acabou totalmente o semestre. Ainda preciso realizar as atividades de Escola, Projeto Pedagógico e currículo, MAS...
Matemática acabou! Fiz todas! Pode ser exagero, mas como disse em todas as postagens que fiz agora na recuperação, matemática me causa um bloqueio absurdo! Tenho muito medo de passar minhas dificuldades em exatas para os meus alunos e por isto tento me esforçar muito para facilitar a aprendizagem deles, mas não é fácil pra mim trabalhar este assunto. Os textos mesmos da interdisciplina foram menores do que muitos das outras, mas tive mais dificuldades em lê-los do que os outros. A forma da escrita é diferente dos de "humanas", a forma de explicação, o conteúdo que me parece complexo... Tudo me faz ter medo deste assunto. Mas agora acaboooou (a interdisciplina, não o estudo de matemática porque ainda preciso estudar mto pra conseguir ensinar a matéria)
(E mais uma vez a postagem ficou em "rascunho" ao invés de ter sido piblicada! Ou sou muito tapada, ou o blogger tá me boicotando
Matemática acabou! Fiz todas! Pode ser exagero, mas como disse em todas as postagens que fiz agora na recuperação, matemática me causa um bloqueio absurdo! Tenho muito medo de passar minhas dificuldades em exatas para os meus alunos e por isto tento me esforçar muito para facilitar a aprendizagem deles, mas não é fácil pra mim trabalhar este assunto. Os textos mesmos da interdisciplina foram menores do que muitos das outras, mas tive mais dificuldades em lê-los do que os outros. A forma da escrita é diferente dos de "humanas", a forma de explicação, o conteúdo que me parece complexo... Tudo me faz ter medo deste assunto. Mas agora acaboooou (a interdisciplina, não o estudo de matemática porque ainda preciso estudar mto pra conseguir ensinar a matéria)
(E mais uma vez a postagem ficou em "rascunho" ao invés de ter sido piblicada! Ou sou muito tapada, ou o blogger tá me boicotando
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
"matemática? Nãããããão!!!"?
Lendo os textos e tendo que refletir sobre minha prática em sala de aula dei conta que talvez (nem sempre) seja "matemática? Nãããããão!!!"
Ao ler o texto Técnicas e Tecnologias no Trabalho com as Operações Aritméticas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental dos autores Bittar, Freitas e Pais, percebi que, assim como postei na atividade, "depois da leitura do texto que, embora tenha sido quase intuitiva a partir das observações em sala de aula, estou no caminho correto". Isto pode parecer pouco para quem lê, mas pra mim é bastante significativo. Justamente por ser uma disciplina que tenho profunda dificuldade e um certo bloqueio, fiquei extremamente feliz em ler que talvez eu esteja no caminho correto ao trabalhar multiplicação não de forma decorada, mas também ignorando que os alunos devem saber a tabuada, pois isto facilita o trabalho nos cálculos de multiplicação ou, como afirmei na tarefa "acredito que este 'saber de cor' possa ser um processo em que o aluno, ao se utilizar da tabuada para realizar os cálculos, vá adquirindo a memória sem precisar ficar decorando de forma mecânica os cálculos".
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
pseudo-saber, arrogância e "matemática? Nãããããão!!!"
Tenho um sério problema com adquirir novos conhecimentos em algo que, em teoria, eu sei. Fazer uma graduação em que o assunto é justamente o que eu trabalho pode facilitar muito, como no caso que citei antes sobre a interdisciplina que trata sobre PPP e currículo, mas também é muito difícil porque cai naquilo que "eu já sei".
E esse pseudo-já-saber além de fazer com que haja uma certa arrogância ao realizar algumas atividades, faz com que seja difícil realizar outras. Quando cursamos a disciplina que falava sobre alfabetização, meu principal sentimento era de que eu trabalho com o 4º e 5º ano, as crianças já chegam alfabetizadas lá (o que nem sempre é verdade). Isso agora chega pra mim em matemática. Em teoria, meus alunos todos já conseguem fazer a relação número = quantidade e ler sobre isso me causa certa exasperação e ter de realizar o exercício de auto-crítica em que eu estou me formando em pedagogia, não em professora do 4º e do 5º ano.
Acredito que atividades que nos desafiem, nos levam a refletir e por isto mesmo, quase com dor, devo admitir que é possível que aprenda mais com esta disciplina do que com as que eu realmente gosto. Por exemplo, ler que 'segundo Danyluk (1997), a matemática infelizmente é considerada por muitos uma ciência para “poucos” ou uma ciência para “gênios”. A sociedade em si parece acreditar que a matemática está fora do cotidiano escolar. O que acontece é que a sociedade não percebe a matemática por isso não gostam, ou melhor, eles não foram alfabetizados matematicamente' é quase resumir a minha relação com esta parte do saber. É refletir sobre todas as vezes que não quis me esforçar nas aulas porque elas eram difíceis e poucos dariam conta e que não era um problema porque eu era "de humanas", saber que, mesmo me esforçando muito em sala de aula, é onde meus alunos mais têm dificuldades (em todas as turmas que dei aula) porque só os escolhidos que gostam dos números.
Talvez todo este texto seja produto de alguém lendo e escrevendo às 2h30min enquanto lê alguns textos, mas talvez explique o porquê de eu só ter parado agora para fazer as atividades de matemática
E esse pseudo-já-saber além de fazer com que haja uma certa arrogância ao realizar algumas atividades, faz com que seja difícil realizar outras. Quando cursamos a disciplina que falava sobre alfabetização, meu principal sentimento era de que eu trabalho com o 4º e 5º ano, as crianças já chegam alfabetizadas lá (o que nem sempre é verdade). Isso agora chega pra mim em matemática. Em teoria, meus alunos todos já conseguem fazer a relação número = quantidade e ler sobre isso me causa certa exasperação e ter de realizar o exercício de auto-crítica em que eu estou me formando em pedagogia, não em professora do 4º e do 5º ano.
Acredito que atividades que nos desafiem, nos levam a refletir e por isto mesmo, quase com dor, devo admitir que é possível que aprenda mais com esta disciplina do que com as que eu realmente gosto. Por exemplo, ler que 'segundo Danyluk (1997), a matemática infelizmente é considerada por muitos uma ciência para “poucos” ou uma ciência para “gênios”. A sociedade em si parece acreditar que a matemática está fora do cotidiano escolar. O que acontece é que a sociedade não percebe a matemática por isso não gostam, ou melhor, eles não foram alfabetizados matematicamente' é quase resumir a minha relação com esta parte do saber. É refletir sobre todas as vezes que não quis me esforçar nas aulas porque elas eram difíceis e poucos dariam conta e que não era um problema porque eu era "de humanas", saber que, mesmo me esforçando muito em sala de aula, é onde meus alunos mais têm dificuldades (em todas as turmas que dei aula) porque só os escolhidos que gostam dos números.
Talvez todo este texto seja produto de alguém lendo e escrevendo às 2h30min enquanto lê alguns textos, mas talvez explique o porquê de eu só ter parado agora para fazer as atividades de matemática
Mesmo com os muitos erros, tento acertar
Mas antes de iniciar as postagens sobre o material da recuperação, precisava vir postar o vídeo do trabalho de conclusão da interdisciplina Representação do Mundo Pelos Estudos Sociais. Esta foi, sem dúvida alguma a minha favorita do semestre e, mesmo já tendo postado quase tudo aqui do projeto, quis postar o resultado porque é uma das coisas que mais me fez feliz como professora em 2016
Recuperação
Obviamente entrei no período de recuperação e obviamente me atrasei ainda mais para começar a fazer as coisas. Ok, tive alguns problemas pessoais, mas a maior continua sendo a autosabotagem e a ideia de que "vou conseguir" mesmo deixando tudo para p último segundo.
Sei que matemática não é m assunto que lido muito facilmente e que o fato de o site da interdiciplina não poder ser acessado do celular me atrasou muito e contribuiu com a incapacidade de realizar em tempo hábil antes da recuperação, mas também sei que faz sentido ter assinado o termo em que me comprometo a dedicar 20h semanais à interdisciplina (ainda que saiba que entrarei o ano em greve e que isso vai fazer com que eu me bagunce).
Vou começar a realizar as atividades de matemática para também poder realizar a da Escola, PPP e currículo. Interdiciplina que tem tudo para ser uma das minhas favoritas, afinal trata de um assunto que nos faz muita falta no cotidiano da escola e que os materiais que até então acompanhei são extremamente motivadores.
Sei que matemática não é m assunto que lido muito facilmente e que o fato de o site da interdiciplina não poder ser acessado do celular me atrasou muito e contribuiu com a incapacidade de realizar em tempo hábil antes da recuperação, mas também sei que faz sentido ter assinado o termo em que me comprometo a dedicar 20h semanais à interdisciplina (ainda que saiba que entrarei o ano em greve e que isso vai fazer com que eu me bagunce).
Vou começar a realizar as atividades de matemática para também poder realizar a da Escola, PPP e currículo. Interdiciplina que tem tudo para ser uma das minhas favoritas, afinal trata de um assunto que nos faz muita falta no cotidiano da escola e que os materiais que até então acompanhei são extremamente motivadores.