quarta-feira, 29 de junho de 2016

Direito ao brincar, liberdade expressão e um vídeo que adorei

Como falei na postagem anterior (sim, dividi as postagens em 2 porque tenho poucas e quero garantir que tenha o número mínimo pra apresentar o workshop, hehe) estou pondo as atividades em dia e tem coisas que eu ainda não tinha visto. Vi há pouco o vídeo "O fim do recreio" que é incrível. Não só por trazer a discussão da importância do brincar, mas porque foi impossível pra mim não relacionar ele com o famigerado PL190 que trata sobre a escola sem partido. 

"Acredito que viver significa tomar partido", já diria Gramsci. 


Entendo as pessoas que acham que devemos ter independência de partidos e governos -  defendo isto pro sindicato, imagina pra escola - mas este projeto nada mais é do que a lei da mordaça. Proibir o livre pensamento é, não só um absurdo, como inconstitucional. O conselho Estadual de Educação caracterizou o projeto de lei como "uma ameaça a liberdade de ensino". e relembra que ele fere, além da constituição, a Constituição Federal no artigo 206, a Declaração Universal dos direitos Humanos, a Declaração Universal do Direito das crianças, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, a LDB e o ECA. Sabemos que a Constituição não tem sido muito respeitada, mas é um absurdo que uma lei destas seja aprovada em nosso estado (ou no Município, uma vez que algo bem parecido foi proposto na câmara de Vereadores de Porto Alegre)


Se não existe educação neutra, se toda neutralidade é uma opção escondida, que tomemos partido. O partido real da educação, da liberdade de expressão e do nosso direito à livre expressão das nossas opiniões. 






(o parecer do CEEDRS pode ser acessado aqui)

Preciso me organizar, preciso me organizar, preciso me organiza... (talvez se cantar este mantra consiga realmente me organizar)

Estou atrasada - que novidade! - nas atividades. Elogiei bastante a forma como ludicidade propôs suas atividades. Sempre achei que algumas de nós quer quase uma babá, que diga exatamente o que tem que fazer e quando. Fazer sem data prévia garante a autonomia e a independência das/dos alunas/alunos. O problema é que eu sou muito desorganizada... Poderia pôr a culpa nos meus 45 dias de greve, mas ano passado foi o fato de ter 2 turmas, este semestre a greve... qual seria a próxima desculpa? Mas é inegável que estou correndo agora contra o tempo. Fazendo o maior número possível de possível de atividades pra não precisar ficar com tudo pra julho. Fiz assim no último semestre e quase conta. Espero dar neste e conseguir me disciplinar pra não falhar tanto no próximo...

...

MAIS UMA VEZ SALVEI COMO RASCUNHO E NÃO PUBLIQUEI. COMO FOI UM MOMENTO DE ANGÚSTIA, DECIDI POSTAR (MESMO QUE TALVEZ CONTINUE ACHANDO QUE ESTE "NÃO É O ESPAÇO), POIS COSTUMO TER UMA POSTURA IMPOSITIVA E DÚVIDAS SEMPRE DEMONSTRAM COMO NOSSOS PENSAMENTOS SÃO CONSTRUÍDOS.


Nem sei mais o que escrever ou refletir. Estou há 6 semanas em greve. Ocupei coordenadoria, ocupei o CAFF, acompanhei algumas ocupações de escola... Participei/participo de reuniões do comando estadual. Tudo isto pra garantir uma escola pública, gratuita e de qualidade. Muitas pessoas não fazem greve e usam argumentos tais como:

- "estou preocupado com meus alunos" - Escolas estão desabando, prédios em ruína, fiação correndo o risco de pegar fogo... Sem contar que existe o risco de, se o PL44 for aprovado, das escolas serem entregues a iniciativa privada.

- "Sou contratado/estou no estágio probatório posso ir pra rua" - Se o pl44 for de fato aprovado e as escolas forem administradas pelas empresas de privadas, eles poderão gerir até mesmo o pessoal. Os nomeados irão para as escolas que sobrarem. E os contratados?

- "não posso ter o dinheiro descontado" - Estamos em junho. Além do governo debochar da nossa cara ao afirmar que este ano parcelou apenas seis vezes o salário, o Banrisul descontou, em parcela única, o empréstimo que deveria ter debitado em novembro e o governo não nos pagou. Ou seja, todos fomos descontados e estamos com a a conta negativada.

Sei que este não é o espaço para discutir isto, mas estou realmente cansada. Ainda mias porque há professores que não entenderam a situação das escolas (estaduais e municipais em Porto Alegre) e querem que realizemos em nossas turmas algumas atividades. Sexta-feira tem assembleia. Talvez volte segunda pra turma, talvez não. O que devo fazer?