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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Conciência Negra part2 - Sugestão de livros

Sociedade em construção histórica e cultura Africana
“LIVRO: SOCIEDADE EM CONSTRUÇÃO HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA Dois livros em um só volume contemplarão o conteúdo programático da disciplina obrigatória História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, para ensino fundamental e médio. É um material didático que contempla integralmente a Lei 11.645, em vigor desde março de 2008, que obriga a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena como disciplina no currículo oficial das redes pública e particular de ensino. Trata-se de dois livros em um só volume. Sociedade em Construção/História e Cultura Afro-Brasileira/O negro na formação da Sociedade Brasileira é um dos livros, e Sociedade em Construção/ História e Cultura Indígena Brasileira/ O índio na formação da Sociedade Brasileira é o outro. Ambos são de autoria do jornalista e sociólogo J. A. Tiradentes, em parceria com a mestre em Educação pela USP, Denise Rampazzo da Silva. A nova disciplina deverá ser ministrada em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e História, no ensino fundamental e médio, como foi estabelecido. "Nós escrevemos com a lei à nossa frente e sob consulta o tempo todo", disse Tiradentes. Segundo ele, os livros atendem a uma reivindicação do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. "Gil dizia que só a Fundação Palmares havia se preocupado em produzir conteúdos sobre o tema, tanto que o nosso livro tem o aval de Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura", afirmou. De acordo com a editora Direção Cultural, que comprou os direitos dos autores e é a responsável pela impressão e distribuição, a proposta de confeccionar dois livros em um único volume leva em consideração a redução do preço final, de armazenamento e de transporte, cuja economia permite vender dois livros pelo preço de um. Para Tiradentes, esse formato beneficia o planeta duplamente: primeiro, porque economiza milhares de árvores para a impressão de dois livros num só exemplar, já que reduz a quantidade de papel na capa. Em segundo lugar, porque o livro é impresso com papel reciclado. Dividida em 14 capítulos a edição segue rigorosamente o que estabelece a lei, quanto ao conteúdo programático. Eles tratam dos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir dos dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Também resgata a contribuição das etnias nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. A capacitação dos professores é feita por meio de recurso digital. Ou seja, através do método EAD - Ensino a Distância, tendo em vista a parceria firmada entre o editor e o Instituto de Tecnologia, Pesquisa, Gestão e Educação Virtual do Brasil (ITGVBR), que tem como associadas algumas das mais tradicionais instituições de ensino a distância do Brasil. Consulte o site www.livroafrobrasileiro.com.br para outras informações. Conteúdo A parte afro-brasileira do volume tem 114 páginas e a indígena 71 páginas. A primeira é composta de oito capítulos e aborda temas como: O Continente Africano; A história da África e dos africanos; O contato entre o europeu e o africano e a chegada do negro ao Brasil; Escravidão no Brasil: formas e tipos diversos; A luta dos negros no Brasil, uma história de resistências; Abolicionismo, a luta pela liberdade; A cultura negra e a sua influência no Brasil e O negro na formação da sociedade nacional.
Vinte dos principais grandes personagens afro-descendentes brasileiros são destacados nesta parte. Já o livro sobre os povos indígenas brasileiros está dividido em seis capítulos: A presença do homem no continente americano; O contato entre os europeus e os indígenas; Escambo e escravidão nos primeiros anos de colonização; Os índios do Brasil; A cultura indígena e a sua influência na formação da sociedade nacional e As contribuições dos povos indígenas ao Brasil e ao mundo.!


 COLEÇÃO AFRICANIDADES 

O assunto trata da questão da inclusão numa perspectiva sociocultural. Dessa união nasceu a Coleção Africanidades.
Contém 10 livros + 10 CDs com jogos para computador, belas músicas e vídeos dos livros com interpretação em Libras e legendado.
   

                                            Títulos da coleção:
                                             A história dos Africanos no Brasil
                                             A Influência Africana no nosso idioma                   
                                            Religião Africana no Brasil
                                            Atualidades em Africanidades
                                            Festas Populares
                                            Jogos, brincadeiras e cantigas
                                            Personalidades e personagens
                                            Culinária Afro- Brasileira
                                            Artes
                                            Folclore e lendas

                                                   Fonte: Livraria da Lua

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Consciência Negra

Na última semana tivemos aula de "Representação do Mundo pelos Estudo Sociais". (bateu uma certa - enorme - saudade das Ciências Sociais. Uma das discussões mais importantes pra mim foi a cerca do trabalho com a cultura afro-brasileira e indígena nas escolas. É incrível como, nas escolas e que o trabalho é melhor neste quesito, elas são trabalhadas apenas em novembro e abril, respectivamente.

Este ano tivemos piquetes para comemorar a Guerra dos Farrapos e tinha as culturas formadoras do RS. Ou seja, alemã e italiana. Quando questionei sobre a negra, "mas tem novembro".

Já que é tão difícil este trabalho pra alguns colegas, decidi construir um acervo de sugestões. Ele ainda está em construção, mas vou adicionando aqui

Sugestões

Personagens históricos que seriam importante trabalhar nesta data -

Ao contrário do que se costuma trabalhar, a história do negro e da negra é muito maior do que a escravidão. Nomes que seriam importantes de discutir nesta data

Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) - Patrono da minha Escola e principal nome da escultura no período Barroco.

Zumbi dos Palmares - Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, no estado de Alagoas. Ícone da resistência negra à escravidão, liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares.

Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pelo qual lutou até a morte, em 1695.

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no País. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Dandara - Você provavelmente sabe quem foi Zumbi dos Palmares, o que ele fez e qual o seu significado na nossa história e na luta negra, certo? E Dandara dos Palmares, você sabe quem foi?
Além de esposa de Zumbi e mãe de 3 filhos, ela lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil, liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. É exatamente por essa marca do machismo que Dandara não é reconhecida nem estudada. A maior parte da sua história é envolta em grande mistério.
Dandara suicidou-se (jogou-se de uma pedreira ao abismo) depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava. Ela ainda vive em todos que lutam por liberdade.
Machado de Assis - Joaquim Maria Machado de Assis quase dispensa apresentações, pois é considerado o maior nome da literatura brasileira. Além de seus tão conhecidos romances, publicou contos, poemas, peças de teatro e foi pioneiro como cronista. Publicou em inúmeros jornais e foi o fundador da Academia Brasileira de Letras, juntamente com escritor José Veríssimo. Machado de Assis foi eleito presidente da instituição, ocupando este cargo até sua morte. Escreveu mais de 50 obras, mas está para sempre imortalizado por causa das obras Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro, (1899) e O Alienista (1882). Vale relembrar que até pouco tempo atrás, era representado como um homem branco em determinadas propagandas.
Carolina Maria de Jesus -Carolina Maria de Jesus, moradora da antiga favela do Canindé, em São Paulo, é conhecida por relatos em seu diário, que registravam o cotidiano miserável de uma mulher negra, pobre, mãe, escritora e favelada. Foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, encarregado certa vez de escrever uma matéria sobre uma favela que vinha se expandindo próxima à beira do Rio Tietê, no bairro do Canindé; em meio a todo rebuliço da favela, Dantas conheceu Carolina e percebeu que ela tinha muito a dizer. Seu principal livro é Quarto de despejo (1960), no qual há relatos de seu diário. Também publicou Casa de Alvenaria (1961); Pedaços de fome (1963); Provérbios (1963); postumamente foram publicados Diário de Bitita (1982); Meu estranho diário (1996); entre outros.



Links -
34 Contos africanos - http://oincrivelze.com.br/…/download-arquivo-com-34-contos…/

Livros infantis sobre cultura afro e racismo -   http://oincrivelze.com.br/2015/11/livros-infantis-sobre-cultura-afro-e-racismo/

Materias da cultura afro-brasileira disponibilizado pelo MEC - http://dhaena.com/2016/05/cultura-afro/

Máscara africanas de papel - http://oincrivelze.com.br/2015/11/como-fazer

Página no Facebook com material para aplicar as - Leis 10.639/03 e 11.645/08 - Material de apoio ao educador -

Halloween

Iria começar as postagens com outro assunto, mas este assunto está tão latente em mi agora que não consegui não escrever sobre ele...

Desde o ano retrasado começamos a comemorar esta festa na minha escola. Este ano, inclusive, será de superprodução com festa a noite (das 18h ás 21h... com o horário de verão ainda deverá ser dia) para os anos finais. Os alunos e as alunas adoram, é a minha festa favorita, todos na escola gostam... Mas obviamente recebemos críticas por fazer uma festa "gringa".
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"Não é da nossa cultura. Hoje é o dia do Saci"


Gosto do Saci. Ele é um dos poucos personagens da nossa cultura que é negro. Sou colorada... É quase obrigação gostar do mascote do meu time. MAS...

Resultado de imagem para somos as netas das bruxas ueNão é pra isso que temos o dia do Folclore? Se é tão importante, ok. Comemoramos o dia do Saci. Mas por que isto entraria em conflito com o Halloween? Por ser festa estrangeira? Mas o natal, a páscoa, São João, o CARNAVAL (a mais brasileira das festas, o fato social total do Brasil, etc) TAMBÉM tem origem em outros países. Ok, os Celtas não tem tanta tradição entre os brasileiros e a festa só veio para cá por conta de filmes, séries estadunidense e começou a ser comemorado pelos cursos de inglês. Mas estas outras festas citadas só foram trazidas pro nosso país porque o nosso colonizador as festejava. Não vejo sentido em comemorar uma e não as outras.

Comemoro (no sentido de lembrar junto, de não deixar esquecer) neste dia as mais de 100 mil mulheres que morreram na fogueira por serem bruxas, comemoro o direito a fantasia, comemoro o Potterday (sou Potterhead* <3)... E QUAL O PROBLEMA DISTO?







* Como são chamadas as pessoas que são muito fãs do Harry Potter

RESUMINDO
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2016/2

Não... Até agora eu não havia escrito no blog. E não foi por falta de tempo ou de organização... Eu simplesmente esqueci dele! Sei que não sou nenhum exemplo - muito longe disto - de organização ou ao menos de fazer as atividades nas datas corretas, mas o blog é a minha parte favorita do semestre. Tanto que desde que lembrei dele, já tive várias ideias para postagens. Iniciarei algumas hoje e outras tentarei amanhã ou até o fim da semana.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Gênero e contos de fada

Estou tentando entender o porque de eu me boicotar. Uma vez uma psicóloga me questionou isto e eu fiquei furiosa, mas é inegável que eu faço. Este semestre teve a interdisciplina que será provavelmente a minha favorita do curso e eu deixei tudo para os 48 do segundo tempo. Adorei fazer todas as atividades de literatura. Amo o assunto e falar sobre a questão de gênero nos contos de fada foi incrível.  Decidi copiar e colar aqui o trecho que foi o que provavelmente será o texto que mais gostei de ter escrito nos ultimos dias

2. Escolher um livro contemporâneo e comparar as personagens femininas desse livro com as dos contos de fadas.
Pensei muito em qual livro escolher para usar como exemplo, mas não posso fugir sdo Harry Potter. Não só porque acho que ele possa ser usado como analogia a toda e qualquer situação na vida (em especial, na política  - existem até disciplinas da ciência política que o utilizam). Também não é pelo fato da autora, Joanne Rowling, ter precisado de um pseudônimo para escrever, pois acreditava-se que meninos não leriam aventura escrita por mulheres.  Escolho acima de tudo por ser um exemplo de mulheres/meninas fortes e determinadas. O heroi da história só sobreviveu por causa de sua mãe,  só passou por todas as provas por que tinha ajuda de sua melhor amiga que era "@ brux@ mais inteligente de sua idade. É um livro com o heroi masculino, mas é inegável a presença marcante muotas mulheres. Poderia falar sobre muitas outras mulheres que, para o bem ou para o mal, marcaram os livros. Mas eu poderia falar sobre o HP para o resto da vida..."

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Empatia, sensibilização e filmes

    Algumas atividades nos tocam mais do que outras. Ao pôr em dia as atividades de LIBRAS tive esta experiência mais uma vez. Ver os dois vídeos ("Sou surda e não sabia" e "E se o mundo fosse surdo") é impossível não ter empatia e não ficar sensibilizada. Provavelmente minha vivência de combate às opressões faça com que me identifique, mas acredito ser muito difícil que ambos os vídeos não faça como que todos tenhamos momentos de reflexão sobre o que significa viver excluído da sociedade. O primeiro filme, uma espécie de relato e dramatização da história de como uma criança se descobre surda, nos sensibilize justamente por ser narrado por aquele a quem o lugar de fala pertence. Temos a prática de infantilizar aquelas pessoas que consideramos deficientes. E não estou falando apenas da deficiência física, mental ou motora. Quantas vezes somos, como mulheres, infantilizadas por não sermos homens (ou deficientes masculinas como diz n o início do filme). Termos respeito, ouvir e refletir a partir da fala e da vivência de que sofre o preconceito é sempre de extrema importância. Temos que praticar o não silenciamento de quem não possui os privilégios que, mesmo não sendo opção individual, temos.

   Já o segundo vídeo - apesar de curto, bastante profundo - nos causa a empatia se utilizando dela na maneira extrema. "Invertendo" a realidade de como ela é. Na tarefa no moodle disse que me lembrava o documentário "Olhos Azuis"¹, mas pensando agora, também me lembra do curta "Acorda, Raimundo"² uma vez que ambos tratam da inversão de papéis para refletirmos o porquê de, mesmo não querendo sermos tratados como os grupos excluídos são, não mudamos nossas práticas.



¹(...)Jane Elliot aplica workshops sobre racismo para adultos. (...)Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia.

²  Aborda as relações de gênero no Brasil. Paulo Betti é um dono de casa, grávido, que vive oprimido por sua mulher (Eliane Giardini). Ela trabalha fora enquanto ele toma conta das crianças e da casa. Numa situação inversa, reproduz a relação machista comum entre as famílias de trabalhadores brasileiros. Baseando-se na rádionovela de José Ignácio Lopez Vigil, o vídeo mostra a mulher chegando em casa tarde, depois de tomar umas cervejas com amigas de trabalho. Enfatiza a dificuldade do dono de casa para conseguir com a mulher uns trocados para o mercado e para as necessidades das crianças. Com a participação de José Mayer (outro dono de casa) e de Zezé Motta (outra trabalhadora), o filme apresenta a realidade cotidiana de forma invertida entre os sexos. Para os homens, essa situação é apresentada como um verdadeiro pesadelo. Um pesadelo do qual homens e mulheres devem acordar.  FONTE:  Núcleo Piratininga de Comunicação

quinta-feira, 7 de julho de 2016

"Lutar educa, educar para luta"

Esta frase tem muitos significados para mim. Ela representa o último período de luta (fazer 53 dias de greve é muito difícil. Dias que não foram de "férias", mas de muita luta). Passei por experiências inenarráveis que ainda preciso refletir muito para conseguir absorver tudo o que aprendi. Aprendizagens coletivas, paciência, garra... Mas acima de tudo, aprendi que temos, como categoria, que "reaprender a aprender". Nossos e nossas alunas têm muito pra nos ensinar.

Esta postagem é justamente para refletir sobre o reflexo das nossas práticas com nossos alunos. Postei alguns pensamentos sobre o PL da mordaça, mas quero agora falar sobre o contrário, do quanto o ensino crítico pode fazer com que formemos alunos pensante e que conseguem refletir sobre sua realidade, 

Só voltarei pra escola na segunda-feira, mas na atualidade, com tantas ferramentas de comunicação, é impossível ficar totalmente afastada. Sendo assim, tenho bastante contato com colegas e alunos mesmo que não de forma física. Além de professora de anos iniciais, sou uma das responsáveis da biblioteca na escola. Se por um lado isto é um problema - a falta de profissionais formados na área em escolas estaduais - por outro é maravilhoso. Tenho contato com um grupo bem diferente de alunos. Alguns destes alunos, ou melhor, alunas, são da turma do 9º ano e estão fazendo um trabalho muito interessante de Ensino Religioso. A professora, que é acostumada a trabalhar com Ensino Médio, definiu ni início do ano que sua aula seria muito parecida com a proposta do seminário integrado que eles terão a partir do 1ª ano do E.M. Sendo assim, eles teriam que escolher temas e fazer algumas pesquisas e criar um projeto. Desde o início me deixei a disposição e conversei bastante com alguns deles. Desde que iniciou a greve, me afastei. Esta semana voltei a falar com elas e descobri que os grupos que acompanhei (sobre feminismo e LGBTfobia) terão como projetos "o ensino não-machista de meninos e meninas" e a diferença entre privilégios e direitos". Óbvio que não acredito que isto seja resultado apenas dos nossos trabalhos como professora, mas tenho orgulho em saber que as conversas, as sugestões de leitura, as reflexões que faço podem ajudar na construção de uma realidade não tão opressora. É incrível ver adolescentes se preocupando com sua realidade e tentando intervir nelas. É inspirador e me emociona profundamente. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

PL 190 - Lei da Mordaça

Como já falei aqui há um projeto na Assembleia Legislativa com o nome de Escola Sem Partido". Pra mim este é um nome de cunho demagógico que tenta se aproveitar do sentimento apartidarista das pessoas. "Esquece" que partidário significa se posicionar e tomar parte. Quer que a escola se torne tecnicista e acrítica, Como material para refletirmos, nos formar e, em último caso, nos ajudar a nos defender, construímos uma cartilha que trata sobre este projeto (que tem sua versão municipal em Porto Alegre e Federal). Posto aqui o link da cartilha




(Farei também uma nova aba para deixar mais fácil de acessá-lo)

Tentando corrigir o "ERROR"

Realmente fiquei deprimida ao perder a postagem. Pela primeira vez em algumas semas estava lendo o texto pausadamente, fazendo quase um fichamento para responder. Indo aos poucos, escrevendo e refletindo. Tanto que para reescrever não precisei voltar ao texto nenhuma vez. Provavelmente o texto final ficou muito aquém do que teria ficado o primeiro, mas neste momento em que estou frustrada com uma série de coisas, ter cometido este erro me deprimiu. Postarei o texto aqui para que possam ler e, conhecendo a teoria, possam opinar sobre o que escrevi e me ajudem a continuar refletindo e reformulando as sínteses.


"Ao nos questionarmos sobre a importância do brincar, sempre respondemos que o brincar em sala de aula é fundamental, que devemos propiciar aos nossos alunos momentos lúdicos. Mas muitas vezes podemos observar na escola este discurso sendo muito distante das nossas práticas. O recreio e a recreação passam a ser por "merecimento" e não como conteúdo obrigatório das nossas aulas. Utilizamos jogos para ensinar os conteúdos, mas suprimimos a parte em que os alunos tem que criar e os fazemos apenas reproduzir o que consideramos importante. Centrarei a análise teórica do brincar ao capítulo "Concepções do brincar na psicologia, de autoria de Vieira, Carvalho e Martins. No texto as três, apesar explicarem que os estudos psicanalíticos do brincar não se reduzem aos três, elas retomam as explicações de Winnicott, Piaget e da abordagem sócio-cultural. Se para o primeiro a relação da criança com o brincar será influenciada pela relação que esta teve quando bebê com sua mãe. E seria nossa tarefa como educadores propiciar aos estudantes um ambiente afetivo e seguro, que possibilite a criança a criar. Já para o segundo (Jean Piaget), os jogos devem ser pensados a partir da fase do desenvolvimento cognitivo dos nossos alunos, possibilitando a ele a compreensão do seu meio e caberia a nós a oferta de material adequado á fase de cada um e observar a evolução de uma fase a outra. Já para a abordagem histórico-cultural, as brincadeiras se  originam no conflito das crianças entre o desejo de serem adultos e a impossibilidade de o serem. E o brincar seria uma forma de desenvolver seus processos psicológicos tais como abstração, autocontrole, etc."

ERROR

Aquele momento em que te dá muita raiva por um erro que provavelmente não é (totalmente) tua culpa. Já falei sobreo atraso nas atividades. Pois bem, estou a 1 hora da manhã, tendo que levantar às 7h, respondendo um fórum da interdisciplina de ludicidade, Pensei duas vezes enquanto escrevia que deveria copiar antes de tentar enviar (porque quando demoramos a postar o moodle pede a senha outra vez), pois bem esqueci de copiar. Cliquei em postar  e a resposta que recebi foi que eu era convidada e não poderia fazer postagem. Refiz o login e... Nada, zero. O texto enorme, que demorei uns 40 minutos fazendo simplesmente sumiu.. Estou profundamente irritada, mas vamos lá refazer...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Direito ao brincar, liberdade expressão e um vídeo que adorei

Como falei na postagem anterior (sim, dividi as postagens em 2 porque tenho poucas e quero garantir que tenha o número mínimo pra apresentar o workshop, hehe) estou pondo as atividades em dia e tem coisas que eu ainda não tinha visto. Vi há pouco o vídeo "O fim do recreio" que é incrível. Não só por trazer a discussão da importância do brincar, mas porque foi impossível pra mim não relacionar ele com o famigerado PL190 que trata sobre a escola sem partido. 

"Acredito que viver significa tomar partido", já diria Gramsci. 


Entendo as pessoas que acham que devemos ter independência de partidos e governos -  defendo isto pro sindicato, imagina pra escola - mas este projeto nada mais é do que a lei da mordaça. Proibir o livre pensamento é, não só um absurdo, como inconstitucional. O conselho Estadual de Educação caracterizou o projeto de lei como "uma ameaça a liberdade de ensino". e relembra que ele fere, além da constituição, a Constituição Federal no artigo 206, a Declaração Universal dos direitos Humanos, a Declaração Universal do Direito das crianças, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, a LDB e o ECA. Sabemos que a Constituição não tem sido muito respeitada, mas é um absurdo que uma lei destas seja aprovada em nosso estado (ou no Município, uma vez que algo bem parecido foi proposto na câmara de Vereadores de Porto Alegre)


Se não existe educação neutra, se toda neutralidade é uma opção escondida, que tomemos partido. O partido real da educação, da liberdade de expressão e do nosso direito à livre expressão das nossas opiniões. 






(o parecer do CEEDRS pode ser acessado aqui)

Preciso me organizar, preciso me organizar, preciso me organiza... (talvez se cantar este mantra consiga realmente me organizar)

Estou atrasada - que novidade! - nas atividades. Elogiei bastante a forma como ludicidade propôs suas atividades. Sempre achei que algumas de nós quer quase uma babá, que diga exatamente o que tem que fazer e quando. Fazer sem data prévia garante a autonomia e a independência das/dos alunas/alunos. O problema é que eu sou muito desorganizada... Poderia pôr a culpa nos meus 45 dias de greve, mas ano passado foi o fato de ter 2 turmas, este semestre a greve... qual seria a próxima desculpa? Mas é inegável que estou correndo agora contra o tempo. Fazendo o maior número possível de possível de atividades pra não precisar ficar com tudo pra julho. Fiz assim no último semestre e quase conta. Espero dar neste e conseguir me disciplinar pra não falhar tanto no próximo...

...

MAIS UMA VEZ SALVEI COMO RASCUNHO E NÃO PUBLIQUEI. COMO FOI UM MOMENTO DE ANGÚSTIA, DECIDI POSTAR (MESMO QUE TALVEZ CONTINUE ACHANDO QUE ESTE "NÃO É O ESPAÇO), POIS COSTUMO TER UMA POSTURA IMPOSITIVA E DÚVIDAS SEMPRE DEMONSTRAM COMO NOSSOS PENSAMENTOS SÃO CONSTRUÍDOS.


Nem sei mais o que escrever ou refletir. Estou há 6 semanas em greve. Ocupei coordenadoria, ocupei o CAFF, acompanhei algumas ocupações de escola... Participei/participo de reuniões do comando estadual. Tudo isto pra garantir uma escola pública, gratuita e de qualidade. Muitas pessoas não fazem greve e usam argumentos tais como:

- "estou preocupado com meus alunos" - Escolas estão desabando, prédios em ruína, fiação correndo o risco de pegar fogo... Sem contar que existe o risco de, se o PL44 for aprovado, das escolas serem entregues a iniciativa privada.

- "Sou contratado/estou no estágio probatório posso ir pra rua" - Se o pl44 for de fato aprovado e as escolas forem administradas pelas empresas de privadas, eles poderão gerir até mesmo o pessoal. Os nomeados irão para as escolas que sobrarem. E os contratados?

- "não posso ter o dinheiro descontado" - Estamos em junho. Além do governo debochar da nossa cara ao afirmar que este ano parcelou apenas seis vezes o salário, o Banrisul descontou, em parcela única, o empréstimo que deveria ter debitado em novembro e o governo não nos pagou. Ou seja, todos fomos descontados e estamos com a a conta negativada.

Sei que este não é o espaço para discutir isto, mas estou realmente cansada. Ainda mias porque há professores que não entenderam a situação das escolas (estaduais e municipais em Porto Alegre) e querem que realizemos em nossas turmas algumas atividades. Sexta-feira tem assembleia. Talvez volte segunda pra turma, talvez não. O que devo fazer?

domingo, 29 de maio de 2016

Greve, ocupações e a aprendizagem de tudo isto.

   Já ouvi algumas vezes, de diversas pessoas diferentes que a luta educa. Que lutarmos pelo que nos parece justo e pelo que acreditamos faz com que aprendamos a não sermos resignados frente a vida. Sempre levei este ensinamento muito a sério e consigo perceber e toda a realidade que me rodeia o quanto ele é verdadeiro.
   Nunca gostei de falar em público. Minha timidez e minha insegurança sempre foi uma barreira gigantesca para que conseguisse expressar minhas opiniões. Mas a vida nem sempre faz com que os sintamos o tempo todo confortável. Sendo assim, um dia - há alguns anos - organizamos o 1º Encontro de Mulheres UFRGS na Faculdade de Direito. O encontro foi um sucesso e no primeiro dia haviam 300 pessoas presentes. Me foi dito que eu precisava falar pra todas estas pessoas. Não mediar mesa ou dar informes, mas fazer falas políticas. Quase morri, suei frio, gelei, mas fiz. E todos os anos depois fiz falas em passagens nas salas de aula enquanto movimento estudantil. Participei de inúmeras discussões sobre opressão e outras disputas politicas. Isto me deixou preparada para lidar com situações em sala de aula, isto fez com que minha atuação em sala de aula fosse modificada e, por último, fez com que fosse muito mais fácil as passagens escolas como comando de greve. Há uma frase do Paulo Freire que eu concordo muito que é "Ser professor e não lutar e uma contradição pedagógica".

   Outra experiência incrível que pude e posso presenciar é o movimento de ocupação das escolas no estado. As alunas e os alunos demonstrando na prática que estão inconformados com a situação da educação e QUEREM estudar - apesar de muitos os acusarem de querem bagunça. Estar nas ocupações me faz refletir sobre o quanto o nosso sistema educacional falha com estes alunos. Afinal, na maior parte delas, vemos aqueles alunos que sempre faltam, que nunca entregam os trabalhos e que são arredios, tomando a frente e organizando as e os colegas. Disciplina é essencial para organizar o trabalho, concordo com isto. Mas quando ela é apenas imposta, as pessoas se rebelam; quando ela é construída coletivamente, ela não é só respeitada, como todos contribuem para isto e é esta a experiência que tenho das ocupações. Ver as alunas e os alunos organizando aulas, palestras, grupos de estudos sobre assuntos que eles sabem ser importantes, mas também que eles querem me faz pensar sobre como devemos ouvir os alunos e não só nos discursos, mas na prática. Tento entender aqueles colegas que são contra o movimento de ocupações - dar aula pra aluno crítico é mais difícil do que para aqueles que aceitam de maneira dogmática o que o professor fala - mas me entristece que não tenham percebido a riqueza deste momento e o quanto podemos aproveitar. Há inclusive a iniciativa de alguns pesquisadores de começar um estudo sobre a pedagogia das ocupações. Na última sexta-feira, 27/05, ocorreu um debate na FACED/UFRGS que infelizmente não pude comparecer. Por fim, concluo com uma faixa dos alunos da escola e que conclui o ensino fundamental (e que foi essencial na minha escolha de profissão)
"Não somos desocupados. Estamos ocupando o que é nosso."

terça-feira, 10 de maio de 2016

Seminário, LIBRAS e postagens no blog

   Eu estava tão empolgada no ENE em fazer as postagens quena primeira foi fwita lá mesmo. Iniciei o rascunho da segunda, mas não sei como apaguei e não consegui retomar. Entrei umas 3 vezes pra fazer, mas acho que desenvolvi um bloqueio (ok, é drama, mas é só a forma de introduzir o assunto).
   Das coisas que mais queria falar sobre o ENE, pode ser contemplado ao falar da aula da última quarta-feira em que iniciamosna interdisciplina de LIBRAS. Das minhas lutas por inclusão (que tem mais a ver com os grupos oprimidos - mulheres, negras e negros e LGBT), trouxe um enorme respeito e solidariedade por todas e todos os que históricamente tiveram que se adaptar para a sociedade pudesse aceitá-los. E a luta de surdas e surdos vai muito ao encontro de tudo que sempre acreditei.
   A luta desta comunidade pela sua identidade, por ser sujeito da sua história e não apenas por não ser o que é "normal", por ser falta. São uma comunidade com identidade e luta própria, com organização e exigências de tudo que é necessário não para serem aceitos, mas para fazer parte da sociedade sem essa visão de caridade dos ouvintes.
   Ter a sua LÍNGUA aceita como oficial no país que por cerca de um século proibiu sua forma de cominicação é um ganho gigantesco. Ter garantido por lei e por decreto o ensino de sua língua aos futuros e futuras professoras é, sem dúvida, um ganho enorme. ENTRETANTO, esse ensino - uma disciplina por graduação - é insuficiente. Temos que refletir sobre a inclusão e o quanto estamos excluindo aquelas e aqueles alunos que deveríamos ensinar, mas que não somos verdadeiramente preparados a isso. Acho que deveríamos - todos que se pretendem professores - tornarmos bilíngues,  não só por facilitar em algum aspecto nossa vida (como no exemplo da prof de conversa a distância mesmo para quem é ouvinte), mas por saber que  poderemos receber alunos surdos em nossas salas. Por mais que seja exigência da comunidade surda, nem sempre será possível estabelecer as escolas específicas e o que faremos nesse momento? Nem apoiadores para alfabetização temos nas escolas - e deveria ser obrigatório depois do PNAIC - muitas vezes temos turmas com mais de 30 alunos, mesmo com alunos de inclusão. Quem garantirá - ou mesmo cogitará a possibilidade - interpretes em sala de aula?


  Mas retomando o ENE. Uma das melhores experiências, e sobre o que falei no início desta postagem, foi que tínhamos intérpretes e elas foram extremamente ativas durante o evento. Foi um encontro, ou a etapa regional do encontro,  que discutiu muitos aspectos da educação e nos mostrou na prática um dos aspectos que tanto nos preocupa cotidianamente.

Intérprete de LIBRAS durante o ENE

quinta-feira, 21 de abril de 2016

ENE Etapa Regional - dia 1

Hoje inicou a etapa regional do ENE (Encontro Nacional de Educação). Apesar de ter sido só a mesa de abertura (que contou com a mediação da incrível prof Laura Fonseca da Faced, com a contribuição do professor Schimidtão da FCE, da Marina do DCE/UFRGS e da Rejane Oliveira, ex-presidente do CPERS), já deu bem o tom de espaço de construção que o encontro se propõe. Muito mais que um evento, o resultado e a continuidade de um processo que passa pela exigência de 10% do PIB pela educação e que quer discentes, docentes e sociedade pensando e produzindo a educação. Estou bastante empolgada com os 2 próximos dias e pretendo postar aqui minhas impressões.


Livros, música e amor, muito amor ❤

    Encerrando a Semana Estadual do Livro de forma brilhante,  tivemos uma aula incrível de Literatura! Sei - ou imagino  - que não tenha sido esta a intenção ao programar a aula para ontem, mas foi uma feliz coincidência!
    18/4 É comemorado o dia Nacional do Livro Infantil por ser o aniversário do Monteiro Lobato (e apesar de todas as críticas que se possa fazer a ele, é inegável a sua contribuição para a literatura infantil do nosso país). Sendo assim, foi estabelecido que a Semana do dia 18 seria celebrada a literatura no nosso estado.
    Uma vez que trabalho também na Biblioteca da minha escola, essa foi uma semana bem agitada. Semana de lançamento da Gincana Literária em que vimos - eu e minhas colegas de escola - o entusiasmo de todas as alunas e todos os alunos. Vê-las e vê-los empolgados com Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Machado de Assis, Fernando Pessoa, entre outros. Percebê-los levando as obras clássicas para a sua realidade e os seus gostos é incrível.
    E chegar na Universidade e continuar nesse clima, ler Gonçalves Dias,  Castro Alves - provavelmente o poema que mais mexe comigo -  Guimaraes Rosa (um dos livros que eu tive grande dificuldade, mas grande prazer em ler) e, por fim, o meu grande amor literário e musical, Chico Buarque.
   Sobre este último quero falar mais. A música escolhida - Construção - mexe muito comigo. É uma das favoritas do meu pai e fala sobre o segundo pior momento da nossa história (nada, nunca, será pior que a escravidão). Falar sobre a ditadura, pra mim que sou militante sindical, pelo socialismo e feminista,  é bastante emocionante em qualquer momento, mas nessa semana em que o Ustra foi homenageado na Câmara dos Deputados, no período de fortalecimento do conservadorismo como vivemos,  ler/ouvir esta música me levou a uma catarse emocional que ainda estou sentindo. Espero, como professora,  que minhas alunas e meus alunos possam sentir em algum momento este sentimento nas minhas aulas.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Estudos e pesquisas X Pensamento Dogmático

    Na última aula presencial discutimos, dentre outras coisas, sobre pensamento crítico e pensamento dogmático. Acredito ser essa uma discussão fundamental no campo da educação, pois, apesar de dizermos que queremos alunos críticos (isso consta inclusive no artigo 35 da LDB que trata sobre o Ensino Médio - "III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico" ), tendemos a agir como se nossa opinião ou qualquer assunto que toquemos em sala de aula seja verdade absoluta e o aluno que questiona o faça por ser "rebelde" ou até "mal educado",
   E notamos esse tipo de postura cotidianamente nas colegas (de PEAD e de escola) e em nós mesmas. É difícil, devida a cultura que fomos criadas e convivemos, aceitar um alunos nos questionar... Seja qual for o assunto. 
   Óbvio que a crítica pela crítica é algo vazio e se a crítica for feita ela precisa se dar em base de argumentos e não em "essa é a minha opinião", como vemos em muitas discussões atuais, em que percebemos que dados sócio-históricos são desdenhados em nome do respeito à opinião do outro, mesmo que essa opinião não tenha qualquer fundamentação. Poderia ilustrar esse meu último parágrafo com o atual panorama político no país (pois diferente de algumas colegas, acredito que ser professora e ser aluno é algo político, portanto, não deve se alienar da realidade que nos rodeia, que produzimos e somos produzidas). Há quem defenda o impeachment da presidenta por ela ser "a governante que mais foi corrupta" ou "do partido que mais roubou a nação", mas quando apresentamos dados que demostram que isso não é verdade, mostramos que aqueles que se intitulam os "líderes anti-corrupção" são tão ou mais corruptos que os membros do atual governo, somos chamados de "petralhas" (sic), de colaboradores da corrupção e muito mais, mesmo que tenhamos sido oposição do governo desde 2002, mas uma oposição de esquerda e não corrobora com um ato, apesar de constitucional, que não faz sentido, pois a presidenta não foi acusada de nenhum crime e aqueles que a julgarão, foram! 
   Isso me faz refletir que devemos sempre tentar nos embasar e ter acesso ao máximo de informações antes de chegarmos a qualquer conclusão sobre qualquer assunto. E, acima de tudo, temos que nos desvencilhar dessa ideia de que ciência - estudos aprofundados, pesquisas, etc - sejam "verdade". Por mais que busquemos a verdade das coisas, devemos entender que ela é isso, uma busca e a verdade existe de acordo com a lente que a observamos e essa lente nunca será isenta de qualquer opinião, pré-conceitos e ideologias. E mesmo que nos baseemos em estudos científicos e dados empíricos, sendo a ciência a busca da verdade - e não A Verdade -  esses estudos podem ser refutados e nós deveremos nos readequar,,, 

 Como diria Marx e Engels (não Hegel, hehe) no Ideologia Alemã "Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência". Ou seja, nossos pensamentos, nossas opiniões de formarão a partir das nossas realidades e da nossa experiência prática. Então, todas as nossas opiniões e conceitos se formarão a partir do nosso lugar de fala e não podem ser tratados, mesmo como pesquisadores, como neutros. 

terça-feira, 22 de março de 2016

Recomeços

Um novo semestre se inicia e com isso novos desafios. Além das atividades do Pead, inicio hoje, junto a Coordenadoria Regional de Educação, o curso "EDUCOMUNICAÇÃO E TIC NA ESCOLA PARA PROFESSORES - 27ª  CRE" com o intuito de aprender a lidar com as ferramentas digitais que a Secretaria de Educação d Estado nos disponibiliza para trabalhar em sala de aula. Acredito que isso auxiliará a minha formação e contribuirá com a construção dos conhecimentos a que tenho acesso no Pead e vem ao encontro ao conceito de Sociedade da Informação que temos estudado (mesmo sabendo que quase metade da população não tem acesso à internet) 


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Workshop - documento

   Engraçado como podemos nos boicotar. Uma vez minha psicóloga me disse que eu me boicotava e a eu fiquei muito brava com isso, mas é inegável que eu, de fato faço isso. Se não bastasse finalizar as atividades aos 48 do segundo tempo, ainda demorei mais para escrever a reflexão para o workshop por medo da tarefa, da complexidade, do tempo que levaria para ser feita.
   Quando fui fazer de fato a atividade, coloquei a música no último volume - afinal, meu déficit de atenção me faz prestar atenção a tudo e perder o foco do que eu faço, a música me ajuda a concentrar - e sentei para fazer. Para minha total surpresa, foi extremamente tranquilo e diria até prazeroso fazer. Não por isso menos complexo, mas fazer a atividade fluiu de forma muito tranquila. Iniciei com uma série de pensamentos de como seria, mas a escrita foi muito mais fácil e falou de outros assuntos bem diferentes do que pensei no princípio.
  Vi a escrita dele como uma extensão do blog, afinal foi uma reflexão do semestre e é aqui que fazemos essa reflexão cotidianamente. Talvez por isso, a escrita desse diário de campo foi citado por mim como das melhores partes do semestre. O único problema que tenho tanto com o que escrevi lá, quanto com o que escrevo aqui é a forma pessoal com que o faço. Por mais que seja uma reflexão sobre o que aprendi durante as interdisciplinas, são dois documentos acadêmicos, e portando deveriam ter essa forma, escrita acadêmica. Sair da primeira pessoa e encarar como produção científica, mas ainda estou aprendendo e isso deve ser readequado a partir do próximo semestre. Agora é esperar a apresentação e segurar minha dificuldade de falar em público.

Aula do dia 25/11

Fim do ano e eu cada vez mais perdida... Não sei se foi correto mudar de curso, não sei se tenho a disciplina suficiente para realizar as atividades. Até agora tenho mostrado que não. Estou me sentindo frustrada com tudo. Não consigo dar conta das atividades na escola. não consigo dar conta das atividades da universidade... Tanta coisa pra fazer eu começando a entrar em desespero. 

  Mas como este post, nem o blog, é sobre os meus desabafos cotidianos, vamos ao que realmente interessa: A aula da última quarta-feira foi muito boa. Sem dúvida, história está entre minhas disciplinas favoritas e falar sobre o processo de criação e formalização da escola no Brasil é extremamente interessante, principalmente no que tange às relações complexas e delicadas e (des)respeito às outras construções sócio-históricas que não a do homem, branco e europeu (ou com ascendência europeia). Falar sobre a educação de povos indígenas, sobre a educação das mulheres, de negras e negros, e por conseguinte a aplicação da lei 10.639, é o que me faz querer ser professora. Ter trabalhado o 20 de novembro com meus alunos, ter visto as minhas alunas de cabelo crespo soltando deus cachos e sentindo orgulho deles é o que me faz querer ser professora... Entender que somos agentes históricos que podemos e devemos tomar as rédeas dos nossos destinos, de nos "auto-determinarmos", que mesmo concordando com Marx de que Os  homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado., temos que ser atores da nossa realidade e por isso a necessidade de empoderar alunos e, principalmente, alunas e isso só é possível se conhecermos a nossa história. 


  Mas além da aula de história, tivemos a explicação de como deve ser preparado o workshop de final de semestre e devo ter me dado conta do pavor que estou. Não pelo trabalho, que parece relativamente fácil de ser entendido (apesar de não ser tão fácil de executar), mas por me dar conta que o semestre está acabando e eu não sei se darei conta das disciplinas...


(Em tempo: era óbvio que iria ocorrer de eu não publicar alguma postagem e só ne dar conta um mês depois,  mas como gostei muito daquela aula, acredito que valha a pena postar mesmo assim  )